O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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O inferno é o pior lugar para se estar. Mesmo havendo o dito inferno humano, aquele ali estava sempre a um passo á frente em relação a dor. Aquele era o inferno sobrenatural. O lugar para onde os monstros e criaturas iam quando morrem de vez. Eles são atormentados, torturados, alguns esquecidos e outros tem seus privilégios de certa forma.
As masmorras eram de um tom de carvão, sujo e cheirava a decomposição e enxofre. Uma dimensão em metros ou quilômetros não era exato. Pois quanto mais almas adentravam, maior ele ficava para conter aquela capacidade. Existem alas, corredores, blocos e demais salas especificas. Tudo para ficar separado e organizado, pois não importava se fosse o inferno, certas coisas são necessárias. Para cada criatura, variava o lugar. Alguns eram mais abertos, com fogo e sujeira. Outros eram mais chiques e distante da euforia geral.Tal como o gosto do rei. Cada demônio e alma ali tinha um serviço: Punir ou ser punido. Ou seguir ordens do rei que no momento era intitulado Daquesião.
Enquanto isso no inferno de seres sobrenaturais, o Metamorfo Hugo Boss estava em uma situação que agradava ao rei do inferno, mas deixaria Kelly excepcionalmente desapontada se soubesse o que estava acontecendo. Ou melhor, como seu amado estava reagindo a sua estadia naquele lugar horrível e infernal.
Em uma ala mais distante, um quarto ficava ao fim do corredor. Conforme entrava nesse corredor que continha mais de cem quartos, ouvia-se gritos ao longe. Pedidos desesperados de socorro e perdão. Hugo não estava em si há algum tempo. Desde que ele surtou e desafiou Daquesião, ele tem se distanciado mais de sua humanidade. E consequentemente de seus sentimentos e memórias da vida em que viveu.
Ali estava a porta. Ao abrir, jorrando sangue por tudo que é lado, a alma torturada morre pela 21º vez naquele dia. E seu torturador suspira entediado. Hugo solta o facão com sangue nos pés do cadáver que aos poucos se recupera para ser novamente morto. O Metamorfo anda até o outro lado do quarto, lava as mãos na pia e se sente cansado disso. Enquanto o sangue ia embora com a água e o sabão, ele sentia suas mão doloridas com calos. Pois ele fazia muito esforço ao torturar almas e aquilo também acabava com ele.
A porta se abre e cerca de três demônios entrar com correntes e uma maca. O rei também estava ali e atrás dele vem outros capangas usando ternos pretos e outros com aventais e baldes. Ele fita o lugar horrível e cheio de sangue pelo chão, pelas paredes e na mesa com ferramentas sujas. Os primeiros demônios juntam as partes do corpo daquela alma moribunda e colocam na maca. A cabeça estava do outro lado do quarto, roxa como uma berinjela.
Outros começam a limpar o lugar com água sanitária e Daquesião está diante dos restos do morto esperando por Hugo que lava as mãos sem pressa na pia.
_Sabe, eu aprecio muito seu trabalho. _Dizia ele, bajulando o Metamorfo, pois no fundo ele tinha medo de Hugo.
_Tanto faz. Quem vou arrancar tripas e esmagar miolos agora? Que tal, você meu caro Daquesião? _ Ria ele de um jeito sombrio, sem dar a minima para o poder que o rei do inferno tivesse. Ele era só um Metamorfo, mas ao contrário de qualquer um, ele era movido por uma raiva que fazia dele mais assustador do que o próprio rei daquele lugar.
_Dispenso tamanho esforço. Mas venho lhe avisar o próximo é uma alma que merece muito, muito uma tortura exemplar. E essa alma está aqui conosco há muito tempo. Então, ele não se assusta fácil. Mas isso vou deixar com você. Sei que conseguirá faze-lo temer o inferno outra vez. Talvez até mijar nas calças. _Riu ele, fazendo os capangas rirem, mas Hugo o fitava como se fosse uma barata falante que ele tem nojo e adoraria pisar.
_Não me importo. Traga logo esse desgraçado e me deixe fazer meu trabalho em paz. A menos que queira se juntar, a festa. _ Hugo sorriu de forma doentia, deixando o rei arrepiado vendo-o pegar um machado.
_Quem sabe outro dia, por agora tenho compromissos. Tragam ele. _ Disse o rei, fazendo um gesto com os dedos de quem chama por cachorro e esses submetidos ao dono, não tem outra opção se não obedecer.
Enquanto a equipe de limpeza terminava de limpar a mesa e as ferramentas de tortura, os demais demônios que estava com Daquesião deram espaço para o ser maléfico adentrar o lugar. Ao vê-lo, Hugo imediatamente reconheceu e pela primeira vez naquele dia, riu de felicidade por saber que teria que fazer esse monstro sangrar.
