Música: Alice Cooper- Salvation
Rosa estava zangada, bufando e se sentia uma idiota. Ela não esperava que falassem algo, porque ela mesma se julgava culpada por não ter dado certo. Tiago por sua vez se aproximou, abraçou-a e envolveu-a, enquanto a Bruxa desmoronava pedindo desculpas.
- Eu não sei o que pode ter dado errado! - Dizia ela em desespero, fitando Esther chorar pela primeira vez em muito, muito tempo.
- Shiu, não diga besteiras amor. - Consolava o namorado desanimado, mas ele não a culpava. - Isso deve ter sido tudo culpa daquela Bruxa Vôodu! Maldita Bruxa! - Ele acabou dizendo sem lembrar que sua namorada era uma Bruxa e poderia se ofender. - Bem que dizem que não devemos confiar em Bruxas porque são traiçoeiras até quando são aliadas. - Ele se deixou levar e acabou falando sem pensar.
- Ei, tem uma Bruxa aqui ainda! - Sentiu-se ofendida, se soltando do abraço dele.
- Desculpa, eu exagerei. - Ele tentou se justificar, pegando em sua mão podia sentir e ver que ela não estava zangada. E isso lhe aliviou.
- Tudo bem, você tem razão. E grande parte das criaturas pensam o mesmo que você. Isso são séculos de preconceito com Bruxas, então não te julgo por pensar como a maioria. - Bufou ela deixando aquilo para lá, ficando perto dele, dando-lhe um selinho nos lábios.
- Está me chamando de preconceituoso? - Cutucou ele, sorrindo e fazendo carreta, como se estivesse ofendido,mas nem ligava no fundo. Queria apenas descontrair daquela tensão toda enquanto pensava algo.
- Estou! - Mostrou-lhe a língua, rindo.
- Tudo bem então, eu aceito. - Ele deu de ombros. - Por enquanto. - Piscou, fazendo-lhe cocegas.
- Bobo! Te amo. - Ela lhe deu um beijo na bochecha.
Esther chorava, segurando a travessinha de sangue e tentando proferir palavras que estavam circuladas em um livro aberto a sua frente.Mas as palavras saíam confusas, soava como uma bêbada cantando um karaokê. Se alguém no inferno ouvisse, seria capaz de vir só para manda-la se calar. Porém era compreensível sua atitude, a garota chorava porque sentia falta do pai. Algumas gotas caíram na mistura e ela nem percebeu. Ajoelhada dentro do círculo, ela observava tudo a sua volta. As manchas de sangue na terra, o fogo consumindo o que um dia foram pessoas.
- My Lady, se houver algo que eu possa fazer... - Dizia Spalding, não suportando ver a dor nítida na menina que agora parecia uma criança frágil que precisava de amparo.
- Eu agradeço Fill, mas não existe nada que possa ser feito. - Esther se levantou, deixou a travessa cair dentro do círculo, espalhando a mistura das ervas e do sangue.
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Os Descendentes do Metamorfo - LIVRO 2
HorrorO Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...