Capítulo 78

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      Ao ver sua amada naquele estado, Tiago pode sentir que não haviam mais dúvidas: ela o amava até o ponto de romper sua humanidade, sua sanidade e tudo que acredita por ele

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      Ao ver sua amada naquele estado, Tiago pode sentir que não haviam mais dúvidas: ela o amava até o ponto de romper sua humanidade, sua sanidade e tudo que acredita por ele. Isso bastava, era suficiente. Uma conexão maior havia entre eles, se o futuro permaneceria seria questão de tempo. Tudo tem seu tempo certo e uma hora ou outra, tudo será esclarecido. Talvez até a própria Rosa estivesse isolada em seu subconsciente, sem compreender. Ou aquilo era o que ela sempre foi e ele nunca havia visto? 

        São muitas perguntas a serem feitas. Uma coisa ele acreditava, nossa mente pode nos aprisionar tal como pode libertar nossos demônios. Ele a amava e ela a ele. Isso era o mais importante de tudo. Diante dele, a garota dos seus sonhos se movia em câmera lenta, seu vestido se tornava sua bandeira sangrenta, encharcado com a vida que ela tirou naquela noite. A lua imensa, vermelha e sangrenta brilhava para ele. Rosa esmagava a cabeça de um homem com muita satisfação. Ele via em seu sorriso, um espaço que nunca pode preencher: o ódio. 

     Haviam muitas lacunas em seu coração, lembranças terríveis de um abuso que sofreu pelo próprio pai. Aquele que devia lhe servir de porto seguro, de refúgio e de abrigo. Fora ele que mais lhe feriu. E desde que tudo aconteceu, Rosa depositava suas esperanças, suas forças, seu medo por alguém lhe ferir novamente, seus devaneios, suas fragilidades e seu ódio escondidos. Ela depositava em Tiago sua segurança, como um filhote que se abrigava debaixo das penas de seu protetor. Mas agora não havia mais fragilidade nela, ela era ela mesma. Completamente exposta para quem quisesse ver. Agora ela não precisava mais dele, ela tinha suas mãos marcadas com o sangue de suas vítimas. Ela era uma assassina. Ela era tudo que podia ser. 


Música: 3O Seconds To Mars - Hurricane

       A música tocava alto, ele não conseguia deixar de ver seus movimentos. Ela acertava múltiplas vezes aquele homem com um bastão de beisebol, sua cabeça estava esmagada, ele já estava morto e ela não parava. Ela ria, gritava e golpeava. Por fim, ela encontrou seu olhar chocado e observador e o encarando, saiu de cima do cadáver, vindo em sua direção. Cada passo que ela dava, parecia uma eternidade. Suas pernas apareciam com o movimento do vestido acada pisada, seu chapéu estava perfeitamente desarrumado em sua cabeça, suas botas de cor amarelo mostarda estavam cheia de respingos de sangue. Seus braços envolveram o ombro dele, se aproximando e ela saltou em seu colo apressada. Ele a segurou enquanto suas bocas se tocavam. 

        A cada batida da música, suas línguas se encontravam festejando. As mãos dele seguravam suas coxas geladas e escorregadias. Seu beijo tinha um gosto metalizado, era um gosto de sangue, não mais aquele gosto que ele tanto reconhecia. Era um beijo forte, possessivo e cheio de desejo. Ele podia gostar dessa nova versão dela, mais do que imaginava até. Mas queria apenas ter a certeza que ela estava bem com aquilo tudo. Afinal, para ele, Rosa sempre foi frágil de certo modo. Quando o beijo cessou, ela mordiscou seu lábio que sangrou um pouco, passando sua língua no ferimento, chupando seu sangue ela lhe encarava com uma cara safada, fominha e que ele conhecia bem. Aquela cara era a mesma que ela tinha quando faziam sexo e era a vez dela de brincar com ele. 

Os Descendentes do Metamorfo - LIVRO 2Where stories live. Discover now