O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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Hugo já estava ali, segurando forte a esposa e a filha. Kelly se recusava em soltar o corpo de Esther. Ela estava atordoada.
Tiago chegou perto, conseguiu desvencilhar do abraço de Kelly e de Hugo, vendo o rosto de sua irmã, morta. Seus olhos estavam abertos, mas sem vida. Uma raiva enorme crescia dentro dele. Ele gritou um estrondo enorme, ajoelhando-se diante do corpo de Esther, ele gritava desconsolado:
- Estherrrrrrrrrrrrrrrrrrrrr!!!!!!!!!!!!!! -Seu grito era estrondoso. Numa mistura de dor, ódio e incredulidade. Tiago não acreditava no que via. Não era possível que isso estivesse acontecendo. Justamente agora, quando estavam todos juntos, ele perdeu novamente alguém que amava. E dessa vez, era a segunda pessoa mais importante para ele.
O Metamorfo estava enfurecido. Ele puxou com agressividade o corpo da garota e por pouco, não lhe arrancava o braço fora. Chorando desconsolado, ele segurava em seus braços o corpo frio de sua irmãzinha. Ele andava, ficando longe deles. Ela estava gelada, assim, rápido. Deduziu ele que ela já estava fria antes, devido a baixa temperatura e por estar molhada, suja também. Ele não conseguia acreditar.
Suas mãos tremiam ao tentar afastar as mechas de cabelo do rosto. Com a delicadeza que tentava ter naquele momento, ele fechou os olhos da morta com a ponta dos dedos. As lágrimas não eram poupadas, uma dor lancinante parecia tê-lo atingido desde que viu sua irmã desfalecida. Era como se uma adaga afiada tivesse lhe golpeado o coração.
Jamais achou que seria capaz de sentir tanto sofrimento por outra pessoa além de si mesmo ou de sua amada Rosa. O Metamorfo não conseguia falar, sua voz ficará engasgado na garganta. Essa por sua vez, parecia seca, nem mesmo uma gota de saliva seria capaz de passar por ela. Sua cabeça parecia que iria explodir de tamanha dor que a cada instante, se tornava maior e mais incomoda.
Rosa se aproximou, cautelosa, ela se agachou e juntou -se a ele em um abraço apertado e duradouro. Tudo que ele sentia naquele mesmo segundo, era como se o seu mundo lhe dessabase a baixo dele, mas ao mesmo tempo, lhe envolvesse em um apertado abraço. Repleto de amor, dor, pronto para lhe reconfortar. Mas ele não queria ser reconfortado. Ele queria sua irmã. Não suportaria viver mais um minuto sequer sem sua presença vibrante. Esther era uma alma imensamente viva, era explosiva, temperamental, ela era a pura inquietação, a alegria, a vingança, a vida e o penar da morte. Ela era tudo, menos aquilo: Um cadáver gélido, pálido, sujo e aos poucos, perdia o rosado dos lábios, ficando roxo, em um tom azulado de morte, sem vigor, apagado.
- Filho... - Hugo estendia-lhe a mão, a fim de com ele, lamentar aquela perda lastimável. Hugo que tinha cabelos loiros tal como o filho. Um era a cópia do outro, só que vinte anos mais jovem.
O Humano tinha os olhos marejados de lágrimas, ele estava abatido, tão triste como o filho, mas com uma expressão mais cansada. Ele queria puxa-lo, agarra-lo firme até que Tiago conseguisse parar de soluçar. Mas ele via algo em seu olhar. Ele via além do luto, ele via ódio.
