O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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Música: Ramones- Mental Hell
Esther havia atravessado uma porta e não sabia o que poderia acabar encontrando do outro lado. A imensidão escura lhe turvava a visão, deixando-a com uma dor de cabeça que latejava mais e mais a cada esforço inútil de continuar andando. Ela não conseguia enxergar absolutamente nada. Esticava os braços tentando tocar alguma coisa, fosse lá o que fosse, mas precisava sentir a textura da parede, mas não alcançava. Temendo se afastar da direção reta, ela vislumbra uma luz incessante e forte, brilhante em um tom vermelho vibrante.
Contudo, Esther dava passos mais longos em direção ao que seria o fim daquela negritude, a garota decidiu não correr, percebendo que de certo modo, sentia que o mesmo acontecerá anteriormente, antes de encontrar a Escuridão. Seus pensamentos eram inquietos, burburinhos e mais burburinhos sua mente reproduzia, à fim de assusta-la. Sentir medo em momentos de pânico é como um alerta de segurança, porém essa menina não era normal, nem mesmo humana. Para alguma coisa assusta-la de verdade, teria que ser algo muito, muito, muito tenebroso!
Andando em direção à luz, tinha a impressão de estar ficando cada vez mais forte aos olhos. Mesmo assim, ela continuava e não desistia, uma vez que não tinha para onde ir e não via nada, nem senta cheiro algum naquele lugar estranho. Lentamente, ela se aproximava cada vez mais, teve a sensação de estar sentindo calor.
Conforme seu corpo se movia, ela percebeu que estava ficando quente. Tocou sua testa, seu rosto, seus braços e teve quase certeza que estava com febre. Seu corpo começava a reagir ao calor, transpirando. Gotas de suor vazavam de seus poros, escorriam pela sua pele branca e pálida, escorregando, por fim pingando na roupa, ou mesmo no chão. Uma tontura lhe enfraquecia, o calor era demasiado e a garota estava prestes a sucumbir.
Seu corpo pedia misericórdia e ela tentava continuar, mas não aguentou. A garota caiu no chão, desmaiada, enquanto seu corpo atingia temperaturas elevadas de febre. Ela estava com seu vestido encharcado em suor, ele grudava no seu corpo franzino e o seu cheiro não era dos melhores.
Em questão de segundos, a menina despertou, com a pálpebra tremula, ela mal enxergava, mas estava determinada em passar por aquela luz vibrante. Tomada de força e gastando suas energias mais ainda, Esther se arrastou, arranhando o chão que fazia um som estridente e sentindo dor nos dedos que se feriam ao tentar impulsiona-la mais a frente.
Com imenso esforço, ela levantou do chão, apoiando o peso do corpo nos joelhos, enxugando o suor que escorria de seu rosto feito água em um esguicho de mangueira no verão, ela sacudia os dedos e os pingos voavam naquele vácuo infernal. Ela não sabia onde estava, mas pensou que se houvesse um inferno, com certeza ela estaria nele. Não precisava ser um caldeirão fervendo sopa, nem pequenos diabinhos espetando-a com garfos, aquele calor angustiante enfraquecia qualquer um, inclusive ela, a criatura mais poderosa no mundo humano e ente outros seres místicos, sobrenaturais. Sim, ela era uma criatura extremamente rara, fatal e poderosa se soubesse usar suas três partes monstruosas. Mas isso era algo que ela ainda viria a descobrir. Algum dia...
