O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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Três meses haviam se passado desde o aniversário de Esther, pouca coisa havia mudado. Tiago seguia uma rotina de ficar em casa de dia, sair para beber á noite e pelo menos quatro vezes na semana ia na Tabacaria da cidade jogar conversa fora com os amigos que frequentavam o estabelecimento.
Agora, naquele preciso momento, ele terminava de escrever no seu diário. Isso se tornou um habito e ele sentia que de certa forma, ajudava muito. Pois era um amigo que ouvia e não julgava. Ele podia dizer absolutamente tudo, o caderno apenas absorveria. Cansado de passar duas horas escrevendo sobre sua vida e as pessoas que o cercam, ele decide guardar o diário em um lugar que ninguém mexa. Em cima do guarda-roupa. Convicto que estava tudo bem deixar ali, ele ligou uma música alta no seu aparelho de som e se jogou na cama.
Música : My Chermical Romance_ The Ghost Of You
Pegou um cigarro e acendeu, tragando. Imediatamente se sentiu só. Lembrou de Rosa e desejou que ela estivesse ali, com ele. Em seus braços fortes, porém não era musculoso. Ele cantarolou o refrão da canção, imitando o som da guitarra e pensando se no fim, a briga deles era boba. Ela estava certa, ele sempre colocava a família em primeiro lugar. Porque ele nunca teve uma família e agora, ele tinha e valorizava muito. Mas ela também fazia parte disso. Ela era importante demais. Pois ela não sabia, mas ele se imaginava passando o resto da vida ao seu lado. Tendo filhos e construindo uma família para eles. Mas e agora, esse desejo não tinha acabado. Ele a amava. E precisava dizer isso a ela. Precisava te-la de volta em sua vida.
Determinado a isso, ele saiu da cama apressado. Pegou o celular, enfiou no bolso da calça e pegou as chaves na cabeceira da cama. Desligou o som e saiu do quarto correndo, descendo as escadas em um furacão.
_ Ei, tudo bem? Vai a onde? _ Pergunta Esther, chegando em casa com Spalding, tinham ido ao supermercado, estavam com sacolas de compras.
_ Oi irmãzinha, estou ótimo! Vou encontrar Rosa, preciso dizer a ela que a amo e tentar reatar. _ Disse ele animado, antes que perdesse a coragem.
_ Boa sorte então! Traga ela aqui, ou diga para ela que estará sempre bem-vinda por minha parte. _ Disse a garota feliz pelo irmão, indo para cozinha.
_ Espero que de certo senhor. _ Diz Fill, indo atrás de Esther, ele carregava muitas sacolas.
_ Até mais pessoal. Vejo vocês mais tarde! _ Tiago saí apressado.
Ele entra no carro que por acaso estava lá fora,pois ele já tinha saído e deixado-o fora da garagem. Entra e liga, seguindo o caminho que conhecia tão bem quanto a si mesmo. A ida parecia longa demais, em seus pensamentos ele tentava formular palavras certas para saber o que dizer quando chegasse lá. Mas nada parecia fazer sentido. Irritado consigo mesmo por não ter ideia do que diria e na esperança que ela ouvisse e ficassem juntos de novo, ele suspirou decidindo que apenas falaria com sinceridade, como sempre foi com ela.
Ao chegar, deixou o carro em uma esquina atrás, para não chamar atenção caso o padrasto ou a mãe de Rosa aparecessem por ali. Foi andando até a casa, pensando se ela ainda deixava a janela do quarto aberta para ele. E dito e feito, ao contornar o jardim que estava cheio de neve derretendo, ele seguiu o pequeno corredor e então, abriu a janela e pulou para dentro.
Nada havia mudado. Tudo estava no mesmo lugar, do mesmo jeito. Ela não estava. Foi até a porta e tentou ouvir se tinha alguém em casa. Lembrou que não tinha carro nenhum na frente da casa, deduziu que estivesse sozinho. Sentou na beira da cama e tirou o celular do bolso, abriu um aplicativo de jogos e se manteve entretido por um tempo.
( Onde será que ela está? Eu vou esperar, demore o tempo que demorar) Pensou ele.
Mas o silencio foi atrapalhado por gritos e discussões.
_ Você é irresponsável Rosa! Eu tenho que ficar bancando uma mãe má discutindo com você, quando obviamente você já está grandinha!
_ Claro, você se preocupa muito! _ Respondeu a garota.
_ Escuta aqui, eu não admito que me trate assim debaixo do meu teto!
_ Desculpa? A casa é minha! Tem um papel provando isso, esqueceu?
_ Sim, tem. Mas antes disso, eu trabalhei com seu pai para construir essa casa e não vou embora para deixar você destruir com o pouco que eu tive de feliz na minha vida! _ Gritava a mulher, mãe da garota, seu timbre de voz estava furioso.
_ Querida, deixe ela com a casa. Nós temos dinheiro, vamos escolher aquela casa, é tão bonita e aconchegante... _ Dizia o atual.
_ Não! Você não entende? Ela fala isso só porque sabe que me deixa irritada! Eu odeio essa garota. Ela é um estorvo na minha vida!
_ E você na minha! Vai para o inferno!
_ Volta aqui Dona Rosa! Você não fala assim comigo! _ A mulher andava firme, seu salto fazia barulho e ela corria atrás da garota que ia para seu quarto.
_ Rosa! Obedeça sua mãe!
_ Morra! _ Ela abriu a porta abrindo rápido e trancando. Ela fitava a maçaneta chorando, ela vivia um inferno naquele lugar. Mas era tudo que tinha.
Tiago se aproximou e sua mão pousou sob seu ombro. Ela virou assustada, seus olhos vermelhos, lacrimejando e sua face assustada pareceu relaxar ao vê-lo. Ela o abraçou e ele a puxou para perto, abraçando-a também. Ali, de pé perto da porta, eles não falavam, apenas compartilhavam seus sentimentos através daquele abraço apertado. Sussurros, suspiros e choro. Mas ela estava feliz por que ao menos ela ainda tinha ele. Será que tinha?