O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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Bazzethier, o Demônio que torturava Hugo estava afiando suas facas. Ele passava óleo e depois as afiava e polia, o som do pano e do material da lamina era irritante e estridente. Hugo estava pendurado nos ares, suas mãos, pés e costas estavam sendo seguradas com argolas enormes que sustentavam seu peso, ao mesmo tempo que rasgavam e feriam sua pele.
O Metamorfo não pensava em nada. Não se permitia tal luxo, pois sabia que o Demônio á sua frente entrava constantemente em sua mente, procurando, fuçando lembranças que pudessem magoar o pouco que ainda havia de humano nele. Qualquer sentimentalismo era uma ferida a ser aberta e um presente de Natal para Bazzethier.
Ele não se importava em ser torturado. Lógico que doía imensamente, numa escala de dor que não há como suportar. Mas ele sabia que Kelly estava no inferno também e nunca permitiria que esse filho da puta o cutucasse e percebesse o quanto ele era ligado á ela. Por séculos ele vinha sendo torturado, sem descanso. E se houvesse, como agora, não era um tempo, mas sim uma angustia em estar limitado aquele lugar e naquelas condições.
(Droga. ) Pensou ele, lembrando do sorriso da esposa, tão linda e radiante. Lembrou de sua filha, Esther e do primeiro momento que ele pegou-a no colo ainda bebê. Pequenos segundos de felicidade em uma mente torturada, caótica e sem esperanças.
- Isso é um sorriso? - Perguntou Bazze, chegando a sua frente em um instante, assim que captou um singelo ar de felicidade nele.
- Não. - Bufou Hugo, fechando a cara e forçando seu subconsciente a se distanciar o máximo possível de Kelly e Esther, quando justamente o Demônio pega sua lamina e perfura a cabeça de Hugo que grita.
- Haaaaaaa! - Era um grito agonizante e longo.
- Parece que vamos nos divertir um pouco! Já não era sem tempo! - Riu ele feliz, entrando na mente de Hugo ao tocar sua cabeça, enquanto o sangue escorria pelos seus dedos.
*Flashback, alterado*
- Papai! - Chamava a menina de seis anos, pele branca, cabelo preto preso em duas chiquinhas, usando um vestido preto de babados, correndo entre as árvores.
- Estrelinha! - Chamava ele, correndo atrás da filha, usando seu terno caro, sentindo a brisa do vento que sacudia os galhos das árvores.
- Hugo!!!- Gritava Kelly da porta de casa. - O almoço está pronto! Esther, vem comer filha! Tragá o papai! - Gritava Kelly sorrindo, entrando em casa.
- Peguei você! - Disse Hugo abraçando a filha que ria e respirava ofegante.
- Há! Não vale papai, você é mais grande e suas pernas são compridas. - Bufou ela fazendo birrinha.
- Nesse caso... Você ganhou. - Ele fez a vontade da filha.
- Esther, Hugo! O Almoço... - Dizia Kelly vindo encontra-los.
