O Metamorfo é uma criatura que se alimenta de Humanos. Após um confronto direto, os Descendentes se unem com bruxas para trazer seu pai de volta do mundo dos mortos. Mas o que eles não esperavam, era precisar da ajuda de uma quarta pessoa, sim, a Pr...
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- Vamos, acorda! - Era um Demônio qualquer, que puxava as cobertas de Kelly e a chamava.
- Oque é?! - Resmungou, esquecendo que por um segundo ela estava no inferno.
- Está na hora de acordar. Você está dormindo faz uma semana. Vamos! - Disse ele, fazendo a cama enquanto ela levantava e ia ao banheiro.
Kelly penteou o cabelo, prendeu em um rabo de cavalo alto. Lavou o rosto e escovou os dentes, de volta ao quarto, o Demônio que ela não conhecia esperava por ela segurando algemas.
- Para que isso? - Perguntou sem entender, imaginando que não seria assim tão diferente como dizia a propaganda enganosa.
- Isso é porque você pode tentar algo. Venha, temos muitos para fazer. - Disse ele colocando as algemas mágicas que controlavam todo e qualquer poder sobrenatural.
Mesmo sem vontade, ela o acompanhou. Ela não tinha escolha. Ao menos teve direito a um banho, roupa menos exposta e um tempo de descanso. Ele foram por outro corredor, indo para a ala Sul, onde Kelly nunca tinha ido. O corredor era largo, parecia uma parte de castelo, mas antigo e jogado.
Chegando ao lugar de destino, ele destrancou a porta e entraram. Ali era uma espécie de escritório menor, com luzes decentes, duas mesas grandes separadas, estantes e mais estantes de livros antigos. Se não fosse o inferno e tudo que ela passou, acharia que ali seria uma biblioteca, uma das coisas que mais ama.
- Bem, embora você esteja sobre um tipo de proteção por pacto, você ainda está no inferno e por isso você tem trabalho a fazer. - Dizia ele, mas foi interrompido por Kelly que não entedia nada que ele queria dizer.
- Como assim?
- Basicamente, você passará muitos anos aqui, lendo livros, traduzindo e aprendendo. Limpando, tirando pó e copiando originais. - Disse ele, abrindo as algemas dela, sentindo medo que ela fosse arrancar sua cabeça.
- Entendi. E como faço isso? - Perguntou ela se sentando em uma mesa que ele apontou para ela.
- Aqui tem livros de muitos níveis de magia. Desde os poderosos aos mais básicos, inclusive aramaico, latim antigo e outros idiomas. Não tenho o dever de ensina-la, apenas de ficar aqui, fazer meu trabalho e vigia-la. - Disse ele, mantando distancia.
- Tudo bem. - Ela não tinha opções, isso ao menos lhe daria tempo para pensar em como achar uma saída do inferno.
Ela pegou o livro na mão. Ele era enorme, pesado e seu material por fora tinha textura de madeira seca. Ela folhou com atenção, pelo menos a que conseguia ter. Tentava aprender. Sabia que seu único jeito de sair dali bem, seria dando no pé em alto estilo e bem rápido. Mas ela precisava aprender. Talvez se achasse, faria um ritual e assim, conseguiriam ir embora? Ela e Hugo...
Encontrou uma bíblia. Sentir ela era estranho. Irônico demais devido as circunstancias. Lembrou-se do dia em que Hugo a levou de casa, a antiga casa da fazenda antes deles ficarem juntos de vez e reformarem. Lembrou-se de como se sentia bem na igreja. Pegou a bíblia e leu alguns versículos, procurando entendimento e aceitação por estar ali, no inferno.
Durante o restante do dia, O Demônio ficou lendo um livro e traduzindo códigos, enquanto Kelly aprendia latim. Ela não conseguia se concentrar. Ela não queria aprender nada. Só queria ir embora daquele lugar.
(Pensa bem. Você está no único lugar onde pode aprender e quem sabe, descobrir um feitiço ou uma maneira de sair desse muquifo. E levar Hugo comigo.) Pensava ela, dando o braço a torcer.
O Silencio era péssimo. Kelly se sentia uma secretária do Rei do Inferno. (Maldito Daquasão!) Pensava ela, imaginando formas de mata-lo. Quando o dia acabou, o Demônio chamado Hior lhe levou de volta aos seus aposentos.
De volta ao quarto, ela tomou outro banho longo e depois de se vestir, ela se aconchegou nas cobertas. Pensava em Hugo, em Esther e rezava para Deus. Suas esperanças cresciam a cada instante. Ela não se permitiria ficar ali naquele lugar e não ver sua menina crescer.
Encolhida, ela chorou litros. Chorrou até sentir que seu coração ia explodir. E então adormeceu. No inferno, quase ninguém comia. Depois que morria, algumas necessidades não eram mais necessárias, como comer comida. Só comia quem tinha alguma punição referente á isso. O inferno era imenso. Haviam muitos, muitos, muitos quartos, salas, jaulas e depósitos. Mas não adiantava, porque nenhum deles levava para fora, para o mundo Humano.
Dias passaram...
Kelly não sabia, mas suas frequentes orações estavam sendo ouvidas. Não por Deus, mas por uma criatura celestial que poderia ajuda-la. Mas isso, ela ainda não sabia também. Kelly só tinha vontade de fugir e seus dias se tornaram nisso: A busca pela fuga.
