Capítulo 90

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          Hugo não conseguia acreditar no que via diante de seus olhos

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          Hugo não conseguia acreditar no que via diante de seus olhos. Aquela menina, era sua filha? Sua Estrelinha estava mesmo ali, aquela era a sua filha? Não pode ser... Ele não acreditava nisso. Ela estava diferente, crescida. Era uma mocinha! Estava tão linda, seus cabelos negros como a noite sem estrelas estava comprido, com leves ondulações. Ela lhe abraçava forte, não dizia nada, mas começava a soluçar, poucos instantes depois chorava sem vergonha alguma. Suas lágrimas escorriam, mas um sorriso enorme surgia em seus lábios rosados. 

     Ela o fitava, secando suas lágrimas, hora sorria, hora soluçava em prantos. Ele observava cada pedacinho de sua fisionomia. Ela tinha um perfume de flores adocicado, algo que não havia como distinguir, era leve e forte ao mesmo tempo. Seus olhos eram pretos, lembravam jabuticabas. Sua pele era clara, quase pálida. Havia uma cicatriz em sua bochecha, ela era enorme, mas estava cicatrizada. Ela ia do canto da boca até próximo da orelha direita. Seu lábio também era repartido na parte de baixo. Um sorriso de alegria, misturado a um suspiro de cansaço e alivio se faziam presentes naquele momento. 

     Haviam muitas mudanças naquela menina, isso era evidente. Mas e o quanto ele mesmo não havia mudado? Quanto tempo havia se passado desde o dia em que morreu? Eram muitas perguntas a serem respondidas. O mesmo tinha voltado a sua forma humana da qual sempre lhe pertenceu. Se ela era mesmo sua Esther, como havia lhe reconhecido? Isso não era possível, em nenhuma hipótese! Ele sentiu-se enganado. Uma fisgada dentro de si lhe despertou daquele momento de reencontro. Sua filha não conhecia seu verdadeiro rosto. Somente sua esposa e a mesma no começo levou tempo para se acostumar. 

    Decepcionado, restou-lhe acabar com aquela piada de mal gosto. Fosse lá oque fosse aquela criatura, tinha descoberto de alguma maneira sobre seus pensamentos, passado e sobre o que ele sentia. Seria um demônio disfarçado? Oh não! Ele soltou suas mãos da dela, caiu de joelhos no gramado, cabisbaixo, ele começava a chorar. 

      Maldito seja a criatura que lhe perseguia os sonhos. Ele se sentia enfraquecido de repente, sem forças para lutar contra aquilo. Ele não queria que isso tivesse acontecido. Não podia acreditar. Ele se deixou levar pela emoção e acreditou por alguns minutos que aquela coisa fosse mesmo sua filha? Sua doce, amável e querida filha? ( Como puder ser tão estupido?!) Pensava ele chorando de tristeza, de raiva e de remorço por nunca ter conseguido fugir daquele lugar e voltar para sua verdadeira casa. Uma mistura de sentimentos mudava seu semblante. Esther se ajoelhava diante dele, ainda soluçando de felicidade, ela fazia um cafuné na cabeça de seu pai, perguntando-lhe: 

- Pai, sou eu, sua Estrelinha. Por favor, olhe para mim! - Implorava ela, chorando mais intensamente diante da expressão de dor que encontrou nos olhos de seu pai. Eles pareciam repletos de frieza quando Hugo levou seu olhos e lhe encarou. Ela tremeu-se. Sentiu um arrepio lhe correr na pele. Afastou-se um, dois passos, enquanto tentava convence-lo de quem ela era. - Pai, acredite em mim, por favor! 

- Amor? Onde você está? Não saía por aí correndo! Essa floresta é cheia de criaturas mágicas, nunca se sabe o que podemos... - Kelly Miller saiu do arbusto quando iria finalizar a frase, chocada com o que via, concluiu,em choque: - Encontrar. 

Os Descendentes do Metamorfo - LIVRO 2Where stories live. Discover now