Um beijo

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Apesar do cansaço do dia anterior, me sentia melhor de manhã. Me arrumei rapidamente e desci para o meu café da manhã a base de café e café. Raramente comia algo, principalmente nessas semanas que estávamos distantes. Minha avó saía todos os dias de manhã bem cedo e só voltava á tarde.

- Izzy, bom dia.- disse meu pai hesitante. Ele estava sentado em um dos banquinhos da ilha da cozinha.

- Achei que você já estava no trabalho.- disse colocando café em meu copo térmico.

- Eu queria te levar pra escola hoje. Faz tempo desde a última vez.- respondeu. Ele parecia querer concertar as coisas. Respirei fundo e lhe dei um sorriso.

Esperei ele terminar seu café para podermos embaracar em um caminho com tentaivas de conversas entre pai e filha que não estavam em sintonia, nós não éramos como costumávamos ser. Quando estacionamos, ficamos parados por um momento dentro do carro em silêncio.

- Pai, conversa com a vovó. Sei que ela está chateada mas sei que ela vai te perdoar.- disse e o abracei.- Obrigada pela carona.

- Não precisa agradecer. Tchau.- ele sorriu e foi embora.

Na cantina, as meninas e eu ficamos conversando, uma coisa que sempre fazíamos antes das aulas.

- O jantar não foi ruim mas não foi bom.- comentei sobre o dia anterior.

- A madrasta é uma megera não é?- Zoe tentou adivinhar.

- Deus a livre de virar uma Cinderela.- Celeste brincou.

- Pior que não. Ela foi um anjo o tempo todo, sério e é muito bonita também.- dei um gole no meu café ainda quente.

- O que não foi bem então?- questionou Micaela.

- Se não estivéssemos falando sobre o casamento e as historias de quando eles se conheceram, falávamos sobre a miss perfeitinha Sofia.- respondi.- Falávamos não, meu pai e ela falavam. Eu estava em um outro planeta e o Valentino apenas acompanhando o caminho que a conversa chegava.- soltei sem querer.

- Você convidou o Valentino para um jantar de família?- curiosa, Celeste perguntou.- Quando vocês vão namorar em? Já passou da hora.

- Celeste?!- repreendi envergonhada.

- Izzy, depois daquele dia, tá mais do que claro seus sentimentos por ele.- Celeste explicou baixinho.

- Tá só tenho uma pergunta por que você chamou ele? Seu pai não ficou incomodado ou sei lá?- Micaela questionou.

- Ele pediu para os pais saírem, ai ele tava em casa sozinho, podendo usar apenas um braço pra fazer as coisas.- citei. Elas me olhavam com os olhos cerrados e um sorriso malicioso.- Só juntei o útil ao agradável.

- Aham, tá bom. Mas enfim, a Izzy não é a única com uma vida amorosa aqui. Então podem contar tudo.- Micaela disse.

- Muito obrigada Mica! Podem ir falando...

Ficamos ouvindo Celeste indecisa sobre Quatorze e Joaquim novamente, já a Zoe? Não falava nada, nenhum um A sobre a paixonite dela. Ela jurava de pés juntos que não havia nada entre ela e o Gabo, mas eu não acreditava muito nisso.

A aula de biologia foi chata, mesmo com o Olson como professor, o que eu achava que era impossível. Em diversos momentos, o Olson se atrapalhou nos fazendo rir e mesmo assim, eu estava entediada.

Após o término das aulas da parte matinal, fui para a cantina almoçar. A todo momento, eu olhava o telefone, a espera de uma mensagem de JM. Nada aprecia, nada chegava.

O11ZE- Uma nova história  ✔️CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora