A linha do limite

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Acordei mais cedo que o Valentino, preferi não acordá-lo. Tentei sair da cama com cuidado, ele estava com o braço não machucado em baixo de mim. Comecei a procurar uma toalha para poder tomar um banho para não demorar ao chegar em casa, achei. Fui para o banheiro, comecei a me enxaguar e depois me ensaboar. Logo, ouvi um barulho, supus que fosse Valentino que acordou fez barulho. Continuei a tomar meu banho mas ouvi outro barulho. 

- Valentino?!- eu o chamei de dentro do box do banheiro mas parece que ele não me ouviu. Saí do chuveiro e começei a me enxugar. Depois de seca, vesti a mesma roupa de ontem, peguei a bolsa e o meu celular, ligo para minha avó. 

- Oi Izzy. Como está? Por que não ligou ontem?- disse meio sonolenta. 

- Desculpe tê-la preocupado. Estava tarde e achamos perigoso eu ir sozinha.- respondi

- Não tem nada. Sei que está bem, o Valentino é um rapaz bom.- ela bocejou. 

- Acordou agora? Parece com sono. 

- Estou bem. Você vai vir aqui se trocar?- ela perguntou. 

- Vou. Não vou demorar muito.- ela não falou nada, a linha ficou silenciosa, ela tinha dormidoDesliguei o telefone e soltei uma risada baixa. Ela estava ressaca, certeza que tinha tomado o vinho todo com o senhor Arturo.

Voltei para o quarto e o Valentino não estava lá. Fiquei olhando para os porta retratos com fotos dele com a família, fotos  de criança e me deparei com uma foto nossa de muito tempo atrás, eu tinha tirado aquela foto no dia do nosso primeiro encontro sério. De repente, ouvi mais um barulho, desta vez, vinha do térreo.

- Valentino, você está bem?! Tem alguma coisa acontecendo?!- berrei novamente. Desci as escadas e o vi na cozinha.

- Oi, eu vi que você acordou mais cedo e tentei fazer alguma coisa pra você comer. Mas não deu muito certo.- declarou e me deu um sorriso sem graça.

- É, dá pra ver. Cuidado, me dá isso.- peguei a panela da mão dele.- Quanto óleo, o que você quer fritar? Sua mão? Bacon não precisa de óleo.- tirei o excesso de óleo com um papel toalha e coloquei as tiras de bacon na frigideira.

- Você faz o seu próprio café?- ele perguntou sentando-se em um banquinho da bancada.

- Eu raramente tomo café da manhã. Eu tomo apenas o café, meu café é o melhor.- comentei enquanto colocava água na cafeteira.

- Onde aprendeu a fazer isso tudo?- entreguei um prato para ele e o servi.

- Bem, quando eu morava em Nova York, eu ia muito em uma cafeteria. Então um dia eu precisava comprar um presente de casamento para os meus pais, mas não queria pedir a eles para não levantar suspeitas. O dono deste restaurante viu que eu precisava do dinheiro e me ofereceu um emprego lá. Mas eu não sabia fazer nada, então ele me ensinou.- digo tudo isso me lembrando de tudo o que passamos, cookies queimados, bolos despedaçados e algumas queimaduras.

- Deve ter sido muito divertido nessa época.- ele declarou.

- E foi.- me sentei ao lado dele e tomei meu café.- Valentino, você ouviu algumas coisa quebrar hoje mais cedo? 

- Não, eu acho que não.- respondeu confuso.

- Achei ter ouvido algo enquanto tomava banho.- deve ser coisas da minha cabeça, estou ouvindo coisas. 

- Eu vou me trocar pra podermos ir.- ele subiu. Não demorou muito até que ele desceu.

Pegamos um táxi já que ele não podia dirigir. Foram vinte minutos até minha casa sem contar o trânsito que estava terível. A casa dele era mais perto da escola do que a minha. 

O11ZE- Uma nova história  ✔️CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora