Tudo o que eu mais quero

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Acordei. Me encontrava em uma sala, não conseguia ver nada, apenas escuridão. Minhas mãos estavam presas em algum lugar, uma cadeira suponho, não conseguia me soltar. Olhei para todos os lados, procurando uma janela ou qualquer coisa, mas nada. Recorri a única coisa que eu podia fazer:

— SOCORRO!! POR FAVOR ALGUÉM ME AJUDA!!— gritei o mais alto que pude. Lágrimas começaram a escorrer pelos meus olhos. Gritei por mais uns minutos até que uma luz se acende à minha frente. Vinha de um notebook, quando olhei direito, tinha um email.

"Gritar não vai adiantar pequena Izzy. Relaxa, não vou fazer nada com você, só preciso te contar umas coisas. Depois vai ficar livre. Você consegue se soltar desses panos facinho.- JM"

Eu conseguia ver um pouco de onde eu estava mas não era suficente para descrever ou me lembrar. Pude enxergar os pedaços de pano que prendiam meus braços na cadeira. Os nós estavam virados para cima, inclinei meu corpo para um dos meus braços e comecei a morder o pano para me desamarrar. Os nós não estavam amarrados muito fortes, consegui me soltar facilmente.

Me levantei e comecei a procurar uma porta ou um interruptor de luz. De repente, o computador começou a emitir um som, alguém queria fazer uma chamada de vídeo. Caminhei, lentamente e receosa de aceitar. Me sentei novamente na cadeira e atendi. A pessoa encapuzada que me fez desmaiar apareceu na tela. Eu não podia ver seu rosto e muito menos reconhecê-lo por qualquer coisa que a tela do computador mostrasse.

— Pequena Izzy, espero que não me odeie por ter feito o que fiz.— sua voz estava modificada, era grossa e parecia robotizada.

— Não te odiar? Você quase me matou, três vezes! 

— Antes de começarmos, eu tenho uma pergunta.— estranhei. JM não sabia de tudo? Por que queria me perguntar algo?— Reparou alguma diferença entre as mensagens?

— Sim mas, por que quer saber isso?!— questionei furiosa. Eu queria tanto entrar por aquela dela e dar um tapa naquele rosto.

— Nada. Confirmei de fato o que enchia minha cabeça de dúvidas.— encarei aquele rosto sem olhos, nariz ou boca. Parecia um buraco negro com voz.— Vamos começar. Izzy, meu objetivo é desmascarar o seu pai.— essas palavras fizeram com que eu sentisse uma coisa estranha passar pelo meu corpo.— Eu era um estagiário na empresa, e descobri tantas coisas que às vezes, sinto que seria melhor não saber.

— O que ele fez?— perguntei, com medo e receosa, talvez fosse melhor não saber.

— Creio que você não vá se lembrar, era uma criança ainda. Seu pai estava sendo processado por fraude, roubo e acusado de usar de meios ilegais para adquirir terrenos para a empresa. Era tudo verdade, e eu omiti isso. Queimei as provas e ele se safou.— seu tom de voz sério me dava arrepios. Havia uma série de dúvidas crescente na minha cabeça, e não tinha nenhuma resposta para elas.— Descobri também que ele estava devendo muito para diversas pessoas. Sabe, eu escondi diversos segredos do seu pai.

— Eu me lembro disso, mas eu nem sei quem é você!— exclamei. Eu estava cansada daquilo, a um passo de me levantar e continuar gritando por ajuda.

— Isso é bom, ainda não pode saber quem eu sou.— falou.— Queria sair de lá depois, mas ele não deixou. Disse que eu era muito importante. Quando eu saí, ele tornou minha vida impossível! Eu fui recusado em tantas universidades que você não faz ideia! 

— Mas o que isso tudo tem a ver comigo e com o meu irmão?! Não fizemos nada para você!— berrei, as lágrimas continuavam escorrendo pelo meu rosto e meu coração acelerado.

— Eu sei pequena Izzy. Mas seu pai provou que não liga muito para a família dele.— fiquei paralisada, olhando para o computador. Talvez eu estivesse esperando ele responder o que eu precisava, mesmo sabendo que não aconteceria.— Primeiramente, eu queria que você descobrisse a verdade sobre o seu irmão, e depois eu iria parar com as mensagens.

O11ZE- Uma nova história  ✔️CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora