Já sentadas na arquibancada, ouvimos a diretora Isabel fazer a abertura da Intercopa. A Martina fez um discurso, que com certeza não foi escrito por ela já que ela era uma garota de exatas. Estávamos todos ansiosos para esse jogo, afinal, era o primeira deu uma grande competição.
Dias antes, os Falcões pareciam focados, estavam treinando muito para poderem fazer um jogo de estreia bonito para eles. No campo, naquele exato momento, eles não pareciam unidos, não pareciam um time. Gabo e Lorenzo só sabiam brigar, toda vez que olhávamos para eles dois, estavam discutindo.
Minutos depois, Gabo comandava a bola e sofreu claramente um falta mas o juiz não marcou. Eu não sabia o que acontecia com o time, parecia amaldiçoado ou sei lá. Não era a primeira vez que um juiz favorecia outro time, prejudicando os Falcões
- Isso foi falta!- Zoe berrou indignada.
- Por Deus, o que tá acontecendo nesse jogo?!- questionei.
O Joaquim estava narrando o jogo, praticando. Ele queria começar um canal sobre esportes e narrar os jogos mas isso estava me deixando aflita e mais nervosa ainda. Mais minutos se passaram e os Águia marcaram o primeiro gol. Eu conseguia perceber o nervosismo do Rafa, ele não estava jogando tão bem.
O juiz do jogo era um grande palhaço que fingia saber o que estava fazendo. Queria saber quanto dinheiro estavam pagando pra ele favorecer os homens de roxo. Um pênalti foi marcado para os Falcões, o Ricky iria cobrar. No entanto, ao chutar a bola, algum jogador do time rival tirou a bola.
- Gente, mudaram as regras do futebol e eu não tô sabendo? Eu cansei de ver essa palhaçada.- comentei indignada com o que estava acontecendo dentro do campo.
O jogo rolava e os Falcões ainda estavam sem nenhum gol marcado. Faltas e mais faltas não eram contadas, e os meninos estavam cansados. O tempo estava acabando e uma falta injusta foi marcada. O Dedé, que corria atrás de um jogador com abola, não tinha nem encostado no jogador de roxo e simplesmente caiu. Foi marcado como um pênalti, que nem tinha condições de ser.
- Olha gente, o Ezequiel atravessou o campo inteiro para marcar. Igual Rogério Ceni no São Paulo.- Joaquim comentou. Não estava prestando muita atenção em suas palavras.
- Eu juro que se ele marcar, eu corto cinquenta por cento de todo meu café durante uma semana.- disse.
O campo inteiro ficou em silênci, com uma tensão de matar qualquer um. Não era possível que ele fosse acertar aquele gol, ele não podia. O apito soou e gol, os Águia marcaram seu terceiro gol, decidindo o finl daquele jogo.
Esperei todos saírem do vestiário. Eles deviam estar arrasados, e o Francisco? Eu odiaria estar na pele de cada um deles, principalmente do Lorenzo e do Gabo, aposto que ele iriam ficar muito encrencados. Os meninos saíram arrasados e pararam na cantina. Fui até o Valentino que estava tão mal quanto os outros.
- Oi Tino, como vocês estão?- perguntei cautelosa.
- Eles estão piores que eu, mas vão ficar bem.- lhe dei minha garrafinha de suco.- O Francisco está muito bravo com o Lorenzo e o Gabo, você deve ter visto eles discutindo no camp0o
- É, eu vi. Mas enfim, você já vai?
- Vou, mas queria saber se você que ir jantar lá em casa hoje. Meus pais vão sair, o que me diz?- perguntou com jeitinho.
- Claro. Eu tenho que ir ao dentista antes e aí levo umas compras.- sugeri e o abracei.
- Okay, até lá- ele beijou minha cabeça e saiu.
Fui até meu armário deixar umas coisas e parti para a clínica. Era uma coisa que eu fazia todo mês, apenas para checar se meus dentes estavam normais. Ir ao Dentista era uma coisa que me lembrava meu irmão, ele odiava ir ao dentista mesmo sabendo que precisava ir todo mês por conta do aparelho que ele usou por quatro anos.
Já na clínica, esperei um pouco e depois entrei na sala. Todos já me conheciam e eu já conhecias todos por ser uma coisa costumeira. Me deitei na enorme cadeira branca com uma luz forte em cima de mim e esperei a doutora.
- Izzy, eu vou precisar pegar umas coisas e já volto, se eu demorar muito, você pode se levantar.- concordei com aceno e fiquei observando os quadros, representações de arcadas dentárias em exposição nas bancadas. Esperei uns minutos e ouvi a porta bater.
- Foi rápido...
De repente alguém chega por trás de mim e coloca uma máscara anestésica e segura com força. Comecei a ficar com muito sono e apaguei. Não sei por quanto tempo e nem quem foi, eu apenas acordei na sala de espera com várias pessoas ao meu redor.
- Ai graças a Deus. Izzy, o que houve?- a dentista perguntou
- Eu não sei, só lembro de alguém colocando uma máscara anestésica em mim e eu apaguei.- expliquei.
Meu caminho até a casa do Valentino foi cheio de dúvidas e pensamentos. Estava pensando se devesse contar pra ele o que estava acontecendo, tudo o que aconteceu. Era o que namoradas deveriam fazer, confiar em seu parceiro. Mas ao mesmo tempo, eu não queria metê-lo em problemas. Eu até tinha uma ideia do que havia acontecido no consultório mas não havia nenhuma mensagem, nada.
- Para que isso tudo?- ele perguntou surpreso.
- Faz parte. Agora relaxa.- entrei com as sacolas e as deixei em cima da bancada da cozinha.
- Tem alguma coisa que eu possa fazer?- perguntou.
- Sim, me mostra onde fica tudo.- falei e o vi fazer uma cara de incoformidade.
- Só isso? Eu tô com um braço inutilizável no momento mas não sou inútil.- ele brincou.
- Procura um filme pra gente assistir.- lhe dei um sorriso e prendi meu cabelo.- Agora você tem que pensar em se recuperar. Onde o banheiro?
- Segue em frente e vira pra direita.
Ao lavar minhas mãos, precisei levantar as mangas revelando uma mensagem enorme escrita com uma caneta azul. Fiquei espantada, signinficava que minha teoria de que JM havia me colocado para dormir estava correta. A mensagem em meu braço dizia:
" Parabéns pelo namoro! Fique calada, ou eu a faço ficar. -J.M"
Peguei o sabonete na pia e comecei a esfregar o braço tentando apagar aquela coisa terrível do meu braço. Minha respiração estava ofegante e meu coração disparou quando bateram na porta. Comecei a esfregar mais rápido até ficar imperceptível na minha pele. Saí do banheiro com um sorriso mentiroso.
- Tá tudo bem?- ele perguntou.
- Tá sim, vou para a cozinha.
Comecei a fazer um macarrão a carbonara, era uma das coisas que eu mais cozinhava bem. Nas compras, havia também sorvete e chocolate, queria que aquela noite fosse perfeita. Demorou um pouco até ficar pronto, mas eu consegui. Eu estava morrendo de medo de ter ficado ruim só porque era pra ele. Coloquei os pratos e copos na bancada, servi as bebidas e a comida.
- E aí? Como tá?- perguntei ansiosa.
- Tá perfeito, o que você não sabe fazer?- ele perguntou.- Você sabe fazer tudo.
- Sabemos que não é verdade, mas que bom que você gostou. A próxima vez você cozinha.- brinquei e rimos juntos
- Hmm, aceito. Só não cozinho tão bem como você mas prometo tentar.- rimos e terminamos de comer.
Passamos a noite assistindo filmes. Eu nunca passei um tempo assim com alguém, aquela noite maravilhosa iria acabar quando eu voltasse para a minha realidade e encontrar uma forma de acabar com esse pesadelo com as mensagens, e pensar também se eu contava para o Valentino ou não, depois que eu quase morri congelada, fiquei com muito medo do que JM podia fazer comigo.
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O11ZE- Uma nova história ✔️Completo
FanficIsabelle Kingston, ou como prefere ser chamada, Izzy, é uma garota rica que se mudou de um bairro da alta sociedade de Nova York para morar com sua avó e pai em Buenos Aires, além de começar a estudar no prestigiado Instituto Academico Desportivo, o...