O11ZE- Uma nova história ✔️Completo

Rosto Conhecido

Todos estávamos animados com a vitória dos Falcões, a final deixou de ser um sonho distante e se tornou realidade, mesmo com todos os obstáculos no caminho, os meninos conseguiram. Mesmo mais um dos truques do Camilo não conseguia fazer um momento tão especial se tornar ruim. O mínimo que eu esperava dele era aceitar a derrota, mas assim que o apito avisou o fim do jogo, foi caçar briga e fingiu que o Gabo havia o machucado.

Nos reunimos na cantina para comemorar a vitória. Esperei o Valentino chegar, sentada na mesa em sempre nos sentamos. As meninas também estavam comigo, animadas e eu também, não podia esconder meu sorriso. Naquele momento, nem me lembrei dos papéis que estavam na minha bolsa, me senti uma garota com uma vida comum.

Quando ele entrou na cantina, corri para abraçá-lo. Valentino estava com um dos maiores sorrisos que já tinha visto desde que o conheci. 

― Qual a sensação de entrar num campo de novo Grande Goleiro?― perguntei ainda entre seus braços.

― A melhor do mundo. Quando eu me joguei pra defender o chute do Camilo... me senti diferente, mas de um jeito bom. Eu tava nervoso e aí eu te vi, e quando entrei fiquei tão confiante e animado.― os olhos dele brilhavam.― Verdade, nem parei pra perguntar. Conseguiu guardar os papéis?

― Dá pra não estragar um momento como esses com isso?― ele assentiu.― Mas respondendo a sua pergunta, sim. Foi bem fácil na verdade.

― Que bom que deu certo. Me conta o que descobrir tá? Nem que seja algo que pareça bobo. Não precisa passar por isso sozinha.

― Eu conto.― eu não estava contando nada, e talvez fosse melhor assim.― Vou dar uma passada no Hat Trick pra ver a festa de comemoração de amanhã. Agora o motivo pra comemorar é outro.

Antes de ir, deixei a Clair em casa e depois fui à lanchonete. Como de costume, estava cheia e eu não podia demorar muito. Falei com o Charlie em sua sala e saí para pegar um café no bar.  Tive uma surpresa desagradável enquanto esperava: Ezequiel, Camilo e Ludmila estavam sentados nos sofás azuis não muito distantes de onde eu esperava meu café. 

Desta vez não me contive. Os dois meninos estavam sentados e a garota em pé e de costas para mim. Andei devagar até os três e quando me aproximei, puxei a extensão de cabelo ruivo que estava mal colocado da cabeça da Ludmila. 

― Tá ficando louca?! Isso doeu!― ela berrou.

― Jura? É que estava tão mal colocado que pensei que não ia doer tanto.― a expressão dela era imperdível: estava vermelha, com as sobrancelhas bem feitas arqueadas e totalmente boquiaberta. Ezequiel e Camilo olhavam espantados mas não moveram um dedo.― Vocês perderam.

― Do que tá falando?― indagou o goleiro dos Águias. O olhar dele era intenso e parecia estar cheio de raiva.

― Vocês realmente acharam que iam tirar o Falcões da final né? Não precisam responder, eu sei que sim. O sistema hackeado; vocês exigindo que o Lorenzo saísse do time; Rafa e Valentino, Lucas e Leo.― olhei para a ruiva que ainda estava com a mão na cabeça por conta da dor.― Trapacearam até o último momento! Isso só prova o quão fracos e patéticos vocês dois são.

― O que você disse?― Camilo, que estava quieto até o momento, disse com o tom de voz mais alto.

― Exatamente o que você ouviu. Trapacearam porque sabem muito bem a força dos Falcões; desestabilizaram os meninos porque sabem que eles não são jogadores quaisquer.