Fiquei parada na porta, encarando surpresa a visita na minha frente. Me perguntava como a Amélia Johnson soube onde eu estava morando, como ela tinha chegado lá e porque estava lá. A deixei entrar, fomos para a sala de visitas em frente à cozinha e nos sentamos no sofá cinza que ficava de frente para a TV. Amélia parecia meio tensa e ansiosa, ficava batendo o pé rapidamente no chão.
― O que te traz aqui?― perguntei, curiosa. Não éramos próximas o suficiente para que ela viajasse mais de 8 mil quilômetros apenas para me visitar. A não ser que a visita não fosse para mim.
― Lembra quando você foi para Nova York e me perguntou sobre o seu irmão?― assenti. Eu me lembrava raramente desse dia e muito menos do que eu tinha perguntado para ela.― Fiquei pensando bastante sobre e precisei te contar, mas não podia ser por mensagens e nem por ligação. Esperei você voltar até Nova York mas não pude mais
― Tá me assustando Amélia...
― Eu sabia mais do que eu te contei mas não queria te deixar apavorada, mas depois que da... das notícias que tivemos, eu tinha que vir lhe avisar.― uma sensação estranha passava pelo meu corpo. Eu estava prestando atenção, mas não conseguia deixar de ficar confusa; a encarava com a testa enrugada e os ouvidos atentos a qualquer coisa que ela tivesse para me falar.― Nos tornamos amigos porque nos ajudávamos nas matérias em que éramos péssimos. Continuamos a ser amigos mesmo após nos formarmos e ele me contava tudo. Dois anos depois da escola, ele recebeu a primeira mensagem. Em 2013, outro dia, ele me disse que viria para cá e depois sumiu.
― Tá dizendo que meu irmão recebia mensagens anônimas de alguém? Muito antes de desaparecer? É isso que você tá dizendo?― era notável o leve desespero em minha voz. Eu não sabia de absolutamente nada do que ela estava me contando. Como o Jonathan pôde ter escondido algo assim de mim?
― Quando você foi atropelada, a fábrica explodiu, comecei a pensar que talvez, estivesse acontecendo o mesmo com você e também acho que seja a mesma pessoa.
― Quem?― perguntei rapidamente.― Quem era?!
― Não sabemos, pelo menos eu nunca soube. As mensagens pararam antes do início do segundo semestre.― Amélia se levantou colocando sua bolsa no ombro. Eu não ia impedi-la de ir, acho que nem conseguiria. Era muita informação para mim.― Tenho que ir, desculpe chegar assim de repente e soltar essa bomba.
A levei até a porta e depois subi diretamente para o quarto do meu irmão. Bati na porta branca como todas as outras da casa e adentrei ao ouvir sua voz mandando eu entrar. Assim como eu, Jonathan era apegado à estética e beleza, portanto, o quarto dele não iria ser feio. As paredes pintadas de azul marinho estavam cobertas por alguns pôsteres e quadros com fotos nossas; as cores do edredom e das almofadas estavam em total harmonia com o resto do quarto. O encontrei sentado na cadeira com rodinhas em frente ao computador.
― Ursinha, a que devo a honra de recebê-la em meu quarto?― indagou sem olhar para mim. Ao perceber que eu não havia respondido, girou na cadeira até parar seu olhar em meu rosto sério.― O que foi?
― A gente tem que conversar.
― Sobre?― ele sorria para mim mesmo vendo que eu estava tensa e séria, era uma coisa que ele sempre fazia. Uma vez o perguntei porque ele sorria para mim quando eu estava prestes a surtar, ele respondeu que era para eu olhar para o sorriso, ficar confusa por ele parecer feliz em um momento difícil e esquecer por um momento dos meus problemas. Realmente funcionava, mas naquele momento não.
― A Amélia esteve aqui agora pouco. Você também estava recebendo mensagens?― o sorriso sumiu devagar e sua boca ficou entreaberta, quase como se estivesse surpreso com a minha pergunta.
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O11ZE- Uma nova história ✔️Completo
FanficIsabelle Kingston, ou como prefere ser chamada, Izzy, é uma garota rica que se mudou de um bairro da alta sociedade de Nova York para morar com sua avó e pai em Buenos Aires, além de começar a estudar no prestigiado Instituto Academico Desportivo, o...