Amber Bell

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Faltavam apenas duas semanas para o baile de fim de ano e eu estava completamente ansiosa e nervosa com tudo. A Martina não facilitou nada durante a arrumação do local. E ainda estava nervosa, pois no dia do baile iria descobrir tudo o que aconteceu comigo o ano todo.

Algo me deixava ainda mais nervosa naquele dia, final da Intercopa, a final do jogo das Fênix e ah... Amber Bell. A dica que recebi de JM não me ajudou muito. Eu não sabia mais nada sobre a garota, nem ao menos se ainda morava em Nova York. Tudo o que eu sabia foi o que meu irmão me contou, que ela havia ficado muito doente e acabaram perdendo contato.

Ainda tinham os papéis do escritório do meu pai. Eles me revelaram coisas que estavam escondidas no fundo da minha mente, em lembranças que eu sequer sabia que existiam. Apesar de esclarecedoras, pareciam desconexas com o que realmente interessava, mesmo JM reforçando que tudo fazia de acontecimentos lineares e interligados. 

Com as finais chegando, acabei me afastando das investigações para focar nos jogos. Valentino queria me ajudar, mas eu insistia em negar, ele não precisava me colocar no topo de suas prioridades. A final era importante para os Falcões e eu não podia pedir para que ele focasse em duas coisas ao mesmo tempo, principalmente se uma dessas coisas fosse uma causa perdida.

Por outro lado, Clair ficou bastante focada em me ajudar e eu só tinha a agradecer por isso. Assim que as aulas acabavam, ela pegava seu computador e pesquisava sobre as fábricas destruídas, sobre os crimes dos quais meu pai já foi acusado e coisas relacionadas à minha família. Ela se assustou quando viu as matérias sobre nossas viagens caríssimas.

— Izzy, você sabe quando seu pai foi absolvido dos crimes? — Clair perguntou — Não tem nada sobre na internet.

— É porque não foi noticiado, o julgamento foi completamente privado. Ninguém sabe o que aconteceu dentro do tribunal. — respondi — Foi no outono de 2012. Ele recebeu uma intimação judicial antes das minhas aulas começarem e então o julgamento começou, mas não demorou muito para que ele fosse considerado inocente.

— Quando seu irmão desapareceu mesmo?

— Fevereiro de 2013. — respondi enquanto mexia nos últimos detalhes do meu vestido para o baile. — O que você quer descobrir?

— Só estou organizando as informações que temos. — respondeu. — Mais uma coisinha, conhece algumas dessas pessoas?

Clair me mostrou uma foto de várias pessoas em uma situação de confraternização. Havia muitos rostos familiares, outros que eu conhecia de fato, mas não entendia o que ela queria.

— Algumas, sim, mas nada vem à minha mente.

— Sério? Nenhuma com quem você ou sua família tiveram um laço maior? — perguntou.

Dei mais uma olhada, mais atentamente dessa vez. Meu irmão estava na foto; foi impossível não notar o vestido da minha mãe no fundo da foto, então saquei que era uma imagem de alguma festa da empresa do meu pai.

— Eu não sei, talvez. Muitas pessoas cuidavam de mim quando meu pai estava muito ocupado, então não posso afirmar com certeza. 

Senti que ela esperava outra resposta. Não demorou muito até ela voltar sua atenção para o computador. Dei uma espiada e ela literalmente estava fazendo anotações organizadas com as informações que tínhamos. Parei um pouco com o que eu estava fazendo e resolvi ajudá-la, afinal, era um problema meu. 

Sentei-me na cama e olhei o que ela estava pesquisando. Haviam abas de vários sites abertos, a minha vida era quase como um livro aberto. O sumiço do meu irmão chegou aos tabloides mesmo após meus pais terem comprado o silêncio da mídia; minha mudança para a Argentina foi assunto quando a notícia saiu em sites de fofoca. Felizmente, minha relevância na elite de Nova York diminuiu, e ninguém acha que minha vida seja tão importante para ser noticiada no momento e eu agradeço por isso. 

O11ZE- Uma nova história  ✔️CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora