Rosto Conhecido parte.2

156 10 1
                                    


Durante a aula, discretamente, peguei meu celular e mandei uma mensagem para Zoe. Eu não esperava que ela fosse responder já que também estava em aula. Eu tinha urgência em falar com ela. Aquele caderno poderia ter mais respostas do que eu imaginava e talvez fosse minha chance de sair daquela situação horrível.

O tempo passava mais lentamente do que o normal, a Olívia falava e falava, e tudo parecia outra língua pra mim. Minha cabeça estava  nas nuvens, apenas pensando no dia em que eu seria finalmente livre.

Fui a primeira a sair da sala quando o sinal soou. Corri para a sala do terceiro ano e puxei a Zoe para um canto mais reservado. A loira não compreendeu mas também não contestou e apenas me seguiu.

— Qual foi a urgência agora?! Espero que haja um bom motivo pra você ter enchido meu celular de mensagens. — soltou.

— Me diz que ainda tem as fotos daquele caderno do lar do demônios? — ela ergueu uma sobrancelha. Demorou um tempo até entender do que eu estava falando.

— Sim sim, mas porque precisa delas? Achei que tínhamos descartado aquele nome com o sobrenome Moretti das investigações. — respondeu, pegando o celular no bolso e procurando as imagens em sua galeria.

— Preciso confirmar uma coisa e te conto no almoço. — consegui ouvir meu selular vibrando na bolsa. Zoe tinha acabado de enviar as fotos. — Obrigada, beijos, tchau!

Eram muitos nomes para um lugar tão estranho. Passei muitos minutos olhando cada linha, procurando algum nome que me chamasse a atenção, que me lembrasse algo ou alguém, porém, para o meu azar, todos os nomes eram extremamente suspeitos.

— America James. — Clair leu em voz alta. — Nunca vi ninguém com o nome de um continente.

— É bem comum, na verdade. Eu já estudei com uma menina que se chamava América. — respondi.

- Eu acho que não. Eu percebi uma coisa lendo todos os nomes. — ela começou a falar, me forçando a parar de ler e prestar atenção. Clair raramente dizia coisas que não fariam sentido. — Nenhum nome tem origem do inglês, todos são latinos, exceto esse. E se formos parar para pensar, América soa como Amélia...

— Ai meu Deus, você tem razão. Mas ela é mais esperta que isso, porque deixaria tão na cara assim? — questionei. A confusão na minha cabeça era enorme, haviam questões demais e todas elas sem respostas.

— Talvez porque ela quisesse que você a encontrasse. — respondeu. — Faz todo o sentido. Por que ela iria a um lugar onde saberia que podia ser vista por você? Se você diz que ela é tão esperta assim, ela não deveria saber os lugares que você vai? Ela não deveria evitar esses locais? — as palvras de Clair faziam cada vez mais sentido. Os vários questionamentos estavam sendo respondidos, restando apenas um: Por quê?

Resolvi fazer uma visita no horário de almoço, aproveitando os horários vagos depois. Precisava me certificar de que era tudo verdade e arrancar respostas de uma vez por todas, toda essa situação estava me desgastando de formas que nunca pensei. Era absolutamente terrível viver com essa sombra atrás de mim todos os dias, na terrível expectativa de algo acontecer.

Após algumas horas de viajem, cheguei ao local, e pelo que me pareceu, estava mais sujo do que antes. Talvez a clientela tivesse caído, se bem que já não era tão alta desde que visitei o local na última vez. Ou talvez, simplesmente fosse para assustar os intrusos.

Observei cada parte, torcendo para que não tivesse ninguém por perto. Só quando tive certeza de que o caminho estava livre que resolvi me mexer. Andei rapidamente até os quartos e com um grampo de cabelo, arrombei a porta do primeiro quarto

O11ZE- Uma nova história  ✔️CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora