A imagem sombria que vi no cemitério não saiu da minha cabeça nem por um segundo. Saber que havia uma facilidade extrema para que JM pudesse chegar perto de mim... dos meus amigos, me assustava. A apreensão e o medo tomavam conta de mim toda vez que o celular tocava. Eu não tinha descoberto mais nada importante, estava estagnada e não havia uma mínima chance de deixar as coisas normais de novo.
Todo dia, eu levantava, me arrumava e fingia que tudo estava bem. Eu era boa em fazer isso, manter a pose e os sorrisos, mascarando meu rímel borrado e nariz vermelho.
— Izzy? Tá tudo bem? Você tá aérea a semana toda. — perguntou Clair. — Sabe que pode me contar tudo né?
— Está tudo perfeito. Por que a pergunta?
— Seu delineador tá torto — ela zombou — Eu tô falando sério Izzy, o que aconteceu?
Hesitei antes de falar. Clair estava mais envolvida do que todo mundo e eu não queria que ela se machucasse.
— No dia da festa, quando te achei… — me aproximei dela para evitar que mais alguém escutasse. — Antes de irmos embora, eu vi alguém parado e nos encarando.
— JM…
— Meu cabelo nunca caiu tanto na vida! Não há mais nada que eu possa fazer sobre. — disse. — JM me quer morta…
— Mas e o outro? — olhei para ela, confusa. — Você vive dizendo que o outro mensageiro te ajuda às vezes, o que esse quer de você?
— Não sei, eu juro que não sei. Desde aquela vez que tive contato com ele ou ela, na sala do Amadeo. Foi muito estranho, falava comigo tão naturalmente, é claro que me conhecia e não de uma forma… superficial, entende? — relembrei.
— É muito estranho. E os papeis? Algo novo?
— Tudo o que sei é que meu pai fazia muitas transferências altíssimas em uma época em que isso era impossível — falei — Acho que a motivação de ambos é o dinheiro. Agora, o que aconteceu com cada um deles, é um mistério.
Neste ponto, eu tinha chegado à conclusão de que era melhor ter um aliado, portanto, faria de tudo para descobrir quem era o mensageiro do bem. Parecia bobo falar assim, mas não havia um termo melhor para definir a pessoa. Eu poderia ter respostas melhores e mais formas de me defender alguém tão psicótico.
Era finalmente hora do almoço quando relaxei um pouco. As meninas estavam na cantina, como sempre e falavam sobre o baile, o que me interessou bastante.
— Quais são as novidades?
— Estávamos pensando em você organizar o baile. — comentou Celeste. — Você tem muitas referências e já participou de mais bailes do que nós.
— É verdade, além disso, seria uma ótima forma de você espairecer. — disse Zoe
No momento em que ouvi as propostas, comecei a montar um quadro com inspirações lá na hora. Pensei em tons de vermelho e amarelo, para mostrar as cores do IAD e seus times.
Após as aulas, corri para a sala da diretora. Precisava falar com ela antes que mais alguém fosse, organizar algo me deixava leve e me ajudava com a minha criatividade. Eu podia aproveitar para terminar meu vestido, agora eu tinha uma cor e um tema, podia tirar finalmente a minha ideia do papel.
— Diretora Isabel? Desculpe o incômodo, mas posso entrar? — perguntei. Ela estava sentada em sua mesa enquanto olhava uns papei com fotos impressas. Não pude ver direito o que era.
— Claro. Sente-se por favor. — a Isabel responde. — O que gostaria de conversar?
— É sobre o baile, tenho ideias que podem te agradar! — falo. — Já vou avisando, é bem patriota.
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O11ZE- Uma nova história ✔️Completo
FanficIsabelle Kingston, ou como prefere ser chamada, Izzy, é uma garota rica que se mudou de um bairro da alta sociedade de Nova York para morar com sua avó e pai em Buenos Aires, além de começar a estudar no prestigiado Instituto Academico Desportivo, o...