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Quando me dei conta, já era sexta-feira novamente. Naquela madrugada de quinta para sexta não pude conversar com Zac já que ele precisava descansar a voz e dormir bem para o início da turnê. Trocamos somente algumas mensagens a noite, porém nada muito longo e rapidamente ficávamos sem assunto.

Havíamos conversado muito na semana sobre as expectativas dos shows. Eles já tinham datas confirmadas para o Brasil nos dias 24, 25 e 26 de agosto. Havia feito ele prometer me trazer algo de lá. Sabia que comida seria impossível, mas poderia tentar.

Havia voltado para minha rotina também. Trabalhava o dia inteiro e a noite iria para o curso, que por sorte, consegui acompanhar bem. Havia tido teste de aptidão naquela semana e fui uma das melhores da turma.

Naquela sexta, um grupo de amigos queria sair para beber em algum pub no centro. Estava um pouco triste já que não havia visto Zac naquela semana. Imaginei mesmo que o seu tempo fosse escasso, mas depois daquele encontro por acaso na cafeteria, achei que ele tiraria um tempo para me ver. Talvez ir ao karaokê.

Mas percebi de fato que ele mal tinha tempo para conversar. Não podia imaginar a loucura que seria passar todos aqueles meses fora. Cinco meses. Ele já havia dito que já passaram oito meses em turnê. Fiquei pensando na loucura. Mais da metade do ano rodando pelo mundo todo?

Aquela sexta não haveria aula, então depois do trabalho, voltei pra casa. Abgail já estava se arrumando para ir ao pub comigo já que, infelizmente Lisa não poderia ir.

Quando chegamos ao local, toda a turma já havia chegado. Havia uma banda tocando naquele dia, era um grupo que tocava pop rock. Gostei muito do som dos caras. Paguei uma cerveja para Ab que estava super animada por que suas amigas chegariam logo.

— Você conseguiu passar, Julie? — Era Diego, um porto-riquenho simpático de uma turma diferente da nossa.

— Com louvor, meu querido! — Levantei o copo e bebi o restante da bebida.

— Você é a melhor da classe. — Era Larissa. Ela era uma moça simpática que também era brasileira. — Todo mundo vive falando isso.

— Vocês todos são maravilhosos. — Falei levando a mão ao coração. — Agora me deem licença que meu copo está vazio e hoje eu preciso dobrar a meta.

Os brasileiros entenderam aquilo. Voltei ao bar e pedi mais uma caneca de Chopp.

— Julieta?

Olhei para o lado e vi o presidente da Agência Table. Por alguns segundos não tive reação.

— Sr. Smith? — sorri sem graça.

— Não me chame assim aqui. Orlando está ótimo. — Ele sorriu. — Feliz por encontrá-la.

— Estou surpresa que esteja aqui.

— É ótimo já que poderei adiantar a notícia. Segunda ligaríamos para você para avisar que passou no teste.

— Não acredito! — Quase engasguei. Foi realmente uma surpresa ouvir aquilo ali. — Oh meu Deus! Obrigada!

— Você não tem que agradecer nada. — Ele sorriu. — Apenas me deixe pagar uma bebida para você... quando essa acabar, lógico.

— Bom, não posso negar. — Levantei o copo e ele bateu o seu copo no meu, como um brinde.

— Não acredito que você não gosta de Pink Floyd. — Falei colocando meu cotovelo na mesa e segurando meu queixo. — Você parece tão inteligente. 

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora