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Levantei na mesma hora, estava totalmente sem graça.

— O-Obrigada pela carona, Zachary. — Sorri nervosa e devolvi seu violão.

Ele, que ainda permanecia sentado, levantou lentamente e pegou o violão.

— Desculpe, Julieta.

— Tudo... tudo bem, Zachary. Isso me lembrou que preciso mesmo me manter afastada de você.

Saí de uma vez, mas fui surpreendida com sua mão em meu braço. Olhei para dia mão e depois para ele.

— Julieta... Juliet, por favor.

— Por favor, o que Zachary? — Me desvencilhei de sua mão. — O que você espera? Que eu volte pra você como se nada tivesse acontecido?

— Eu não quero que você saía da minha vida assim. Por favor...

— Pois eu tenho uma grande novidade pra você, Zachary, eu já saí. Saí há muito tempo.

Juliet, por favor...

— Pare de me chamar assim! — Falei colocando minhas mãos na cabeça. — Você não tem noção do que você fez comigo. Você não faz ideia da merda de vida que tive que viver quando você se foi.

— Não, eu não tenho ideia e eu não tenho o direito de pedir que fique em minha vida.

— Então porque você você está pedindo?

— Por que ela virou uma bagunça depois que você se foi.

Balancei a cabeça em negação.

— Eu não sei o que você espera de mim. Eu não sou mais aquela pessoa.

— Eu também não sou.

— Zachary, eu estou vivendo um novo momento, finalmente estou seguindo minha vida. Eu não posso...

Senti que iria chorar, mas segurei cada lágrima.

— Eu pensei que morreria. Mas estou aqui. Estou viva. Foi você quem foi atrás de mim pra início de conversa. Você devia ter a decência de entender que eu não preciso te perdoar. Eu não preciso te entender. Eu não preciso ceder só porque o meu maldito coração ainda bate cada vez que eu o vejo. Se eu ouvisse minha cabeça de vez enquanto, eu não estaria nem tendo essa conversa com você e...

Antes que eu pudesse continuar, Zac me beijou. Foi tão de surpresa e intenso que demorei para raciocinar.

Suas mãos passaram pela minha cintura, senti seu cheiro novamente, o cheiro da sua blusa limpa, seu cabelo batendo em meu rosto. Passei minhas mãos pelo seu peito e subi para seu pescoço. Aprofundamos o beijo de uma forma tão urgente, como se a nossa vida dependesse disso.

Céus, eu estava com tanta saudades dos seus lábios, do seu calor, do seu cheiro...

Deixei me envolver totalmente.

Eu sou louco por você. — Ele sussurrou entre os lábios. — Não me mande embora, por favor.

Continuamos nos beijando. Eu sabia que havia feito merda. E, naquele momento, não me arrependia.

— Eu não posso. — Falei entre os lábios. — Eu não posso...

— Minha vida virou ao avesso e eu só percebi que tinha perdido tudo depois que você se foi. — Ele segurou meu rosto. — Você não sente a mesma coisa que eu?

— Eu sinto mais. — Dei um sorriso triste. — Eu queria que tudo fosse diferente...

— E porque não pode?

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora