PARTE 2
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DOIS ANOS DEPOIS
Quanto mais a luz do sol adentrava dentro do quarto, mais vontade eu tinha de me embrulhar e esconder meus olhos.
Pude ouvir a porta sendo aberta e um grito estridente logo em seguida:
— PAPAAAA!
Tirei o travesseiro da cabeça e vi o meu pequeno tentando subir na cama. Sentei imediatamente pegando ele no colo e fazendo cócegas.
— Bom dia! — Falei após lhe dar um beijo.
Ele parecia estar mais interessado no meu cordão.
— Ah, que bom que acordou. — Kathryn entrou no quarto. — Eu estava atrás dele para banha-lo.
— Desde quando começou a andar ele não cansa de fugir. — Falei rindo.
— Sim. Eu até falei com a Anastasia para tomar mais cuidado com ele já que estou tão ocupada com a festa de dois anos.
— Que só é em fevereiro, né Kate? — Falei puxando-a para a cama.
— Mas estamos contratando a melhores pessoas. — Ela sorriu e me beijou. — Agora vai tomar um banho e tirar esse cheiro de cama. Você tem ensaio hoje? Quer que eu prepare algo para o café?
— Tenho sim mas não se preocupe, eu compro um café lá em frente ao estúdio.
Ela me deu um beijo novamente e saiu com John no colo. Fiquei alguns segundos parados só olhando para a janela.
Iríamos voltar a ensaiar depois de um mês de folga. Toda turnê nos deixava exaustos. E por mais que a última tenha sido somente nacional, ainda assim era pesado.
— Zac, eu tinha esquecido de falar. — Kate colocou a cabeça para dentro do quarto. — Não levei o presente do Orlando no sábado. Tem como deixar na agência hoje? Provavelmente ele não estará lá, mas deixo um recado avisando que é nosso.
Balancei a cabeça concordando. Ela mandou um beijo e saiu.
A agência era a Table. Eu sempre tremia quando tinha que ir lá. Durante um ano eu tinha medo de ir naquele local e encontrar com ela. Até que em uma reunião de família, Orlando chegou a falar seu nome em uma conversa sobre trabalho. Ela havia saído da agência quase que coincidindo com as datas que voltamos para Tulsa.
Não havia perigo de encontrá-la ali. Nem mesmo se eu quisesse. Mas ainda sim me sentia péssimo por isso. Até teve uma época que quis conversar, contar para ela. Ela entenderia. Mas toda vez que parava em frente à sua casa, algo me impedia de ir até lá. E, depois de tantas vezes frustradas, parei de ir.
Ouvi meu celular tocando e li no visor o nome do Taylor:
— Fala cara. — Atendi já levantando da cama.
— Oi Zac. Você quer tomar um café antes de ir pra 3CG?
— Pode ser.
— Passo aí em quinze minutos.
Corri para o banheiro e tomei uma ducha bem rápida, colocando a primeira roupa que vi na minha frente.

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JULIET
RomanceJulieta é uma jovem brasileira e estudante que mora em Tulsa, em Oklahoma. Morando com seus tios simpáticos e amáveis, vê em sua prima Abgail, dois anos mais nova, uma companhia aceitável para sua solidão e saudade de casa. Sua prima, como toda moça...