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A festa foi realmente A festa. O show principal seria mesmo deles. Dançamos muito, meus tios e primos também foram.

— Juliet?

Olhei para trás e vi Laura, a namorada linda de Mac.

— Oi Laura, você está se divertindo?

— Muito! Obrigada pelo convite, você é maravilhosa!

Ela me abraçou e achei aquilo um entanto surpresa.

— Você é maravilhosa também, Laura. É óbvio que iria te convidar. Você é um doce de menina e parece amar muito o Mac.

— É... eu amo.

— Então. Somos da família agora.

Ela sorriu timidamente.

Dancei muito com Diana e as crianças, filhos do de Tay e Natalie, agora também meus sobrinhos.

Na hora da dança, quem cantou foi Mac. Sua música Furlough. Achei uma grata surpresa já que eu amava sua música

Zac cantou "Oh Darlin" e "Juliet" oferecendo para mim. Mas o show não podia parar. Eles então fizeram um show grandioso para todos os convidados.

No fim da festa, todos estávamos cansados e acabados. E não tenho vergonha de dizer que nossa lua-se-mel foi composta por nós dois dormindo já que embarcaríamos cedo para a Austrália, país que ele estava louco para voltar.

Foram três semanas na Austrália. Levamos John conosco e foi tudo maravilhoso. Eu me apaixonei pelas praias e pela gente de lá.

Quando voltamos para nossa casa e nossa vida, eu estava mesmo feliz. Finalmente estávamos juntos e prontos para nossa vida. Embora tivesse ainda uma semana de folga no trabalho, passar um tempo com John me fez repensar em muitas coisas. Zac voltou paras os ensaios diários e a produção de um novo CD. Eu continuei compondo e tocando, só que com mais vontade e mais verdade.

Eu também passei a conviver mais com a banda em si. As vezes acompanhava algum ensaio e sempre ia aos shows. Passei também a ir nos locais que Mac tocava e me identificava musicalmente mais com ele.

— Você não pensa em cantar? — Mac uma vez perguntou após um dos vários encontros por mês que os Hanson se juntavam para cantar, beber cerveja e comer churrasco.

— Eu nunca pensei como profissão, confesso. — Falei pensativa.

— Você tem uma boa voz. E, diferente do meninos, você não precisa disso pra viver.

Aquilo me deixou pensativa por várias semanas. Já estava mesmo com a barriga grande e já tinha alguma dificuldade em ficar muito tempo em pé. Ainda assim eu ia para o trabalho diariamente, tínhamos uma babá maravilhosa que ficava meio período com John.

Um domingo que estávamos jantando, olhei pra Zac e falei:

— E se eu gravasse um EP?

Ele ficou surpreso, mas logo depois abriu um sorriso.

— Eu ficaria muito feliz se isso acontecesse.

Usei todo o tempo que tinha para aprimorar minhas músicas autorais (eu havia feito algumas) e passava muito tempo com Mac e John. Então ele perguntou se poderia me produzir. E foi incrível já que eu o amava como um irmão.

Eram no total, cinco músicas. Todas eram de minha autoria, uma em português e as outras em inglês, como era de se imaginar. Lançaria por um selo independente já que o estilo nada tinha a ver com os meninos.

Mas as vezes o tempo não espera que a gente faça todos nossos planos darem certo. E no dia 14 de março, mesmo dia do aniversário de Taylor, Amélia Hanson nasceu. E foi uma alegria para toda a família. Os planos de um EP teriam que ser adiados por um tempo, o que foi excelente já que aprimoramos mais o que queríamos.

Um ano inteiro se passou para que eu voltasse ao projeto do EP. As músicas estavam melhores, havia trocado algumas, feito outras e teria a ajuda de músicos queridos. Decidimos fazer um trio power + cantora. Baixo, guitarra e bateria.

Foi difícil e cansativo gravar. Cada instrumento teria que gravar várias e várias vezes até ficar perfeito. Eu sempre era por último. Mas participei de cada processo, levei várias vezes John e Amélia para me acompanharem nas gravações. Os meninos também apareciam para ver como o processo andava. Sempre tinham alguma ideia legal que ficava perfeito. Em uma das músicas, precisávamos de mãos e todos ajudaram, inclusive os filhos mais velhos de Ike e Taylor.

E o melhor, aquilo era algo meu. Zac me deixava a vontade e nunca disse que algo estava ruim. Eu realmente tinha toda minha liberdade artística.

E quando finalmente o EP estava produzido, todos ouvimos juntos no estúdio. E foi como se aquilo fosse minha homenagem ao meu filho que não pôde vir ao mundo.

Foi incrível poder ouvir minha voz saindo daquelas caixas, ouvindo todos os instrumentos perfeitos, o trabalho feito e a alegria de compartilhar isso com quem a gente ama.

Agora era só trabalhar para o lançamento. Porém, quando achei que estava feliz o bastante, senti novamente aquele enjoo que eu conhecia tão bem.

O exame havia dado positivo. Novamente.

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora