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Parte 3

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Eu queria matá-la. Com todas as forças do meu ser, eu queria acabar com sua vida. E o faria se não fosse por Juliet.

— Tenha calma, nós vamos resolver isso. — Ela dizia para que eu tentasse me acalmar. Mas o ódio me consumia a ponto de não conseguir me sentar.

Naquela manhã do dia 25, peguei meu carro e fui buscar John na casa de Kathryn. Mas, para minha surpresa, ela não estava. Liguei para seus celulares, seus pais e até para o seu irmão.

Todos estavam desligados.

Fui à casa dos seus pais que não quiseram me receber, porém disseram que não sabiam da filha e que ela não aparecia há três dias. Estava entrando em desespero. Então eu fui até a casa de Orlando. Eu não queria ir lá, eu estava me segurando para não matá-lo. Mas eu precisava saber onde aquela doida havia se metido.

— É melhor você parar de procurar. — Ele tinha um risinho sarcástico no rosto.

— O que quer dizer? — perguntei entre os dentes.

— Você acha que Kate deixaria nosso menino com você e com aquela vagabunda que é sua noiva? Ou amante, sei lá. Hoje não duvido nada de vocês dois.

Eu então parti para cima dele e o segurei pelo colarinho.

— Seu bastardo inútil do caralho! Diz logo onde está meu filho?

— Bem longe daqui! — Ele só conseguia rir. — Tem dias que você perde, Zac!

Eu não consegui me segurar e então dei um soco na sua cara e depois outro, e outro... e só parei quando eu o vi desacordado.

Ainda em pânico com aquilo, liguei para Ike que apareceu lá em minutos.

— O que você fez, Zac? — Ike ia até o Orlando enquanto eu fiquei parado olhando para Ele.

— Ela levou meu filho, Ike! MEU FILHO. Ela o levou PRA PUTA QUE PARIU!

Orlando começou a rir. Aquele desgraçado ainda estava vivo.

— Já pensou a manchete nacional? Zac Hanson espanca irmão de sua ex? — O imundo falou enquanto tossia.

— Se você não disser onde ela está, a manchete será outra. — Eu avancei pra cima dele e Ike me segurou.

— Zac! Não vale a pena.

— Eu vou matar esse desgraçado! — Gritei, mas Ike ainda me segurava.

— Não, não vai. Nós vamos pra casa agora e vamos chamar a polícia.

— Boa sorte, Zac Hanson.

Voltando pra casa, Ike pediu para que eu explicasse tudo. Depois ligou para nosso pai pedindo para que chamasse apenas os irmãos, a polícia e o advogado.

Não conseguia racionar muito bem. Quando cheguei em casa, o delegado e o advogado já se encontravam. Juliet me abraçou e me ajudou a sentar. Eu não podia acreditar que aquilo estava acontecendo.

O delegado pediu para que narrasse tudo. Eu me levantei e comecei a contar tudo, vomitando as palavras. Várias vezes pediu para que repetisse ou falasse mais devagar, mas não conseguia. Era mais forte do que eu.

— Você precisa se acalmar, meu filho. — Meu pai falou tentando me acalmar.

— COMO VOU ME ACALMAR SE ELA TIROU MEU FILHO DE MIM? — Gritei com ele. Foi horrível, na mesma hora me arrependi. — Pai, me desculpa...

— Tudo bem, Zac. Nós vamos encontrar John, porém precisamos que você se acalme.

Depois de muito tempo, o advogado falou sobre as várias formas de tentar achar ele. Uma delas seria um detetive. Meu pai conhecia um e ligou para ele imediatamente.

Depois do que foram horas, senti a mão de Juliet em meu ombro.

— Ei... — Ela se ajoelhou do meu lado. — Não posso imaginar pelo que esteja passando, meu amor. Mas vamos superar isso, ok? Juntos. Vamos achar o John e o criaremos juntos.

Sem ter mais forças para nada, eu só consegui abraçá-la e chorar. Chorava muito. Foi quase como tirar tudo de mim, toda a pressão e o medo de quem algo tivesse acontecido a ele.

Todos estavam a flor da pele e fizemos vigília naquela noite. Ninguém conseguia dormir. Juliet e Morgana foram para casa de Taylor. Natalie foi com ela para ajudar com as crianças. O restante não saía de meu lado. Esperávamos um telefonema. Qualquer coisa. Mas ele não veio.

E quando o dia já estava amanhecendo, senti muito mais peso. Eu não fazia ideia de onde John pudesse estar.

— Já entramos em contato com vários países e a foto do seu filho está em todos os aeroportos. Sr. Hanson, nós o acharemos. — Era o chefe de polícia que falava. Ele havia chegado um pouco depois das seis e sem notícias. — Só precisamos ter calma.

— Por que não usamos a mídia logo? — Tay perguntou irritado. — Talvez tenhamos mais sorte!

— Não gostaríamos de colocar a mídia nisso por enquanto. — O policial falou. — Pode atrapalhar a polícia. Ela pode ficar mais acuada e esconder a criança. Aí sim teríamos um problema.

— Sem mídia. — Falei balançando a cabeça. — Façam o possível e impossível, por favor.

Não havia uma ligação, nem dela ou do detetive. Eu senti que iria enlouquecer. E quando percebi já era noite novamente.

Eu sabia que Kathryn era maluca, mas não a esse ponto. Eu deveria ter previsto algo assim. Eu não conseguia ficar mais parado sem fazer algo.

Peguei as chaves do carro e saí de casa sob o pretexto de dirigir para espairecer a cabeça. Mas nada, absolutamente nada, estava em minha cabeça que não fosse meu filho.

Dirigi sem rumo por algumas horas. Não dormia ou comia algo havia mais de 24 horas. Meu corpo não parava, eu não conseguia pensar de forma normal.

Então eu apaguei. E não vi o caminhão que vinha em minha direção.

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora