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Kathryn tinha um bom advogado. Ele havia conseguido com que ela saísse (não sem antes pagar milhares de dólares para isso). Mas não era tão bom para tirar de sua ficha o rapto. John ficou sob a guarda de Zac definitivamente. Ela até podia vê-lo, porém sempre com alguém da família de Zac acompanhando.

Tinha vontade de falar poucas e boas para ela, porém não achei que valeria a pena. Ela era uma pobre coitada. E embora suas ações trouxessem marcas pra sempre em nossas vidas, eu estava bem e com quem eu amava.

Mas, obviamente, ela não pensava como eu. E, em uma das vezes que ele foi pegar John na casa de Diana e Walker, ela conseguiu me pegar de surpresa.

— É bom, não é?

— Como é?

— É bom depender dessa família. É legal depender de alguém que terá dinheiro para fazer o que você deseja pro resto da vida.

— Eu não sei, Kathryn. Eu sempre trabalhei em minha vida, não vou deixar de trabalhar agora.

Você trabalha? — Sua voz estava esnobe, querendo me humilhar. — Agora vocês estão mesmo entrando no papel né?

— O que quer dizer com "vocês"?

Vadias, ué? Pensou que eu estivesse conversando com você de igual pra igual? Não sei como não já engravidou para segurar Zac para sempre.

Senti um ódio muito grande subindo pelo meu corpo todo. Eu queria voar no pescoço daquela mulher. Mas me aguentei.

— Se filho segurasse homem, você não estaria com ele?

Ela pareceu ficar sem ação. Sorri e caminhei até ela:

— Você jamais poderia conversar comigo de igual pra igual, Kathryn. Eu não sou tão ruim a ponto de roubar uma criança e privá-la de conviver com o pai.

— Eu não queria que ela convivesse com você.

— Que pena então. Porque é exatamente comigo que ela vive.

Quando Zac chegou com John, ambos prontos para saírem com Kathryn, ele não ouviu nossa conversa.

Deixei que fossem sozinhos. Eu precisava colocar minha cabeça no lugar.

— Você está bem, minha querida?

Diana apareceu na sala e sorri para ela:

— Estou sim, Diana. É essa mulher... ela me tira do sério.

Caminhamos até a cozinha e eu sentei na mesa enquanto ela fazia um café preto para tomarmos.

— Ela não é fácil mesmo. Mas ela jamais terá o que você tem: o coração do Zac.

— Eu sei disso. — Sorri tristemente.

— Então... o que te incomoda?

— Ela foi a grande culpada dessa situação. Eu não consigo ainda olhar pra ela e não culpar por toda essa...

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora