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Depois do susto de chegar em casa e vê-la toda revirada, tive uma uma noite intensa. Haviam levado vários eletrodomésticos, algumas roupas e um dinheiro que guardava em cima da geladeira. Por sorte era muito pouco.

Eu sempre viajava com meu notebook, então o estrago foi controlado. Mas ainda assim precisei ligar para Orlando e avisar que algumas coisas dele haviam sido levadas. Ele guardava algumas de suas coisas em um quarto de hóspedes.

Fiquei com medo de voltar já que alguns apartamentos daquela redondeza estavam sendo arrombados. Patrick ofereceu sua casa para que eu dormisse naquela noite.

— Pior que quando fui lá, estava tudo certo, Julie. — Ele se lamentava.

— Não se preocupe, Patrick. Está tudo certo agora. Só vou ter que economizar para comprar muitas coisas agora.

— Você pode fazer alguma coisa aqui, caso queira. Acho que tenho um liquidificador na caixa que posso te dar.

— Obrigada amigo. — Sorri para ele que sentou ao meu lado.

— Agora me conta como foi em Tulsa.

— Deus, eu tinha esquecido! — Me ajeitei no sofá. — Você não vai acreditar em tudo que aconteceu.

Comecei a contar tudo nos mínimos detalhes. Patrick fazia caras e bocas.

— Me mostra a música.

— Não! — Foi involuntário. Eu não queria que ninguém ouvisse. Nem mesmo Patrick.

— Porque? — Ele perguntou desconfiado.

— Por que... por que eu tenho ciúmes, ok? Ele fez pra mim.

— Você sabe que ela estará na boca de cada adolescente no mundo nos próximos meses, não sabe?

— Mas até lá, não vai estar. E ela é só minha.

— É muito bonita? — Ele perguntou fazendo careta.

— Muito, Patrick. Indecentemente linda.

— Você tá totalmente caída por ele, não está?

— Totalmente, Patrick. Irrevogavelmente.

Ele riu e pegou em minhas mãos.

— Ah, meu anjo... você é tão maravilhosa. É claro que ele jamais a esqueceria. Eu posso dizer que talvez, mas só talvez, ele realmente esteja apaixonado mesmo por você. Ninguém faria isso só por diversão.

— O que eu faço?

— Você o ama?

— Ai, Patrick...

— Vamos, Julie! Eu sei que o amor da sua vida sou eu, mas ele... o que você sente por ele?

— Eu o amo, Patrick. É ridículo isso?

— É meio ridículo sim, já que só devemos amar os amigos e os cachorros.

— Gatos também. — Falei rindo.

— Tá, gatos também.

— Me ajuda...

— Julie, olha só, você não confia nele e é normal não confiar. Você seria boba se confiasse. Mas acontece que... poxa, e se ele realmente quiser provar que te ama? Cara, muita gente faz burrice nessa vida.

— Mas e se...

— Meu amor, você não tem garantias. Você vai ter que confiar.

Bufei.

JULIETOnde histórias criam vida. Descubra agora