JULIET

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❄️

Foi difícil lidar com Zac em coma correndo risco de morte e, ao mesmo tempo, lidar com a situação de Juliet. Deus sabe como tanta coisa estranha aconteceram nos últimos dias.

Morgana foi incrível em tudo. Deu apoio aos nossos pais, a Juliet e também conseguiu adiantar a operação de Taylor, mesmo que sua área fosse obstetrícia, ela conseguiu explicar a situação de Zac para todos nós de forma muito didática.

Soubemos que John estava na Inglaterra juntamente com Kathryn e o seu atual namorado. Novamente, Morgana conseguiu falar com seu pai e ele mexeu os pauzinhos dele como diplomata aposentado. Ela foi incrível, pois engoliu o orgulho e falou com o pai para poder nos ajudar. John e Kathryn estava à caminho de Tulsa com escolta policial.

Agora era esperar Zac acordar. Não havia muito o que fazer. Rezamos muito, fizemos vigília, a igreja dos nossos pais fizeram campanhas de orações todo o tempo. Estávamos nas mãos de Deus.

— Café? — Era Taylor me oferecendo um copo. — Eu não acredito que vamos ter a resposta se tudo está certo com ele hoje.

— Tenho fé que sim, Tay. Ele tinha tudo para ficar totalmente desfigurado, mas não ficou.

— O médico chegou. — Mac apareceu segurando seu celular. — Vamos?

Levantamos do pequeno sofá deixando nossos copos na mesinha de centro. Andamos até o quarto onde Zac estava. Seu rosto estava ameno, havia barba malfeita também. Parecia que dormia normalmente.

Os enfermeiros, juntamente com o médico, encerraram o procedimento e precisávamos esperar. Meu coração batia muito forte. Eu achei que fosse ter um infarto ali mesmo, parado.

Depois longos segundos, Zac reagiu. Primeiro foram os dedos se mexendo, depois ele abriu os olhos e estranhou a claridade.

— Zachary. Você sabe onde estamos? — O médico perguntou.

— Não. — Ele passou as mãos pelo rosto. — Eu não sei.

— Estamos no Saint Francis Hospital.

— O que aconteceu?

— Não lembra?

— Não... — Ele fechou os olhos novamente. — Lembro de um carro e depois fica tudo escuro.

— Você sofreu um acidente, Zac.

Os minutos seguintes foram testes que o médico fez para saber se estava tudo bem com seus sinais vitais.

— Você reconhece esses três? — O médico apontou para nós três.

Ele olhou curioso para nós três.

— Não. — Falou por fim.

Segurei a respiração. Não acreditava que ele havia perdido a memória. Senti as pernas ficando bambas, pensei em Juliet e seu filho. Se ele não lembrava de nós, que éramos seus irmãos, não lembraria deles.

— Vocês estão péssimos, irreconhecíveis. — Ele falou logo em seguida.

— Zac, seu filho da mãe... — Falei entre os dentes e depois rimos aliviando a pressão.

— Você está tirando sarro, então já está melhor. — O médico sorriu. — Vou prescrever alguns remédios para você.

Ele saiu com as enfermeiras e então pegamos cadeiras e ficamos ao seu lado.

— Como se sente? — Mac perguntou.

— Acidentado. Meu corpo todo dói.

— Você passou por duas operações. — Falei. — Por sorte não perdeu a perna já que ela ficou presa.

— Está tudo bem com ela? — Ele olhou pra a perna.

— Sim, mas provavelmente terá que fazer fisioterapia. — Taylor falou sorrindo.

— Eu vou avisar a todo mundo que você acordou. — Mac falou levantando e saindo do quarto.

— John foi achado? — Ele perguntou sério.

— Sim. Ele estava na Inglaterra com Kathryn e um namorado dela. — Falei e vi seu rosto se aliviar. — Eles estão à caminho já.

— E Juliet? Onde ela está? Porque ela não está aqui?

Olhei para Taylor e vi seu olhar preocupado.

— O que foi isso? — Ele perguntou se alertando. — Eu vi esses olhares.

— Calma, Zac. Ela está bem.

— E onde ela está?

— Ela virá logo. Ela está louca para conversar com você, mas vai ter que esperar um pouquinho.

— Ela tá bem mesmo? — Seu rosto estava contorcendo de preocupação.

— Ela ficará melhor quando souber que você está melhor. — Falei para ele. — Eu volto já.

Saí do quarto e fui em direção ao consultório do médico. Vi que ele olhava algumas pastas e bati em sua porta.

— Com licença Dr. Nakato, posso entrar?

— Claro, Isaac. O que posso fazer por você?

— Doutor, a noiva do meu irmão também está internada aqui. Ela perdeu o bebê nessa confusão toda.

— Nossa... — Ele tirou os óculos e balançou a cabeça. — Que pena, mesmo.

— Sim. A questão é que... o Zac está bem pra receber essa notícia?

— Bom, tudo indica que ele está bem. Eu, pessoalmente, acho que é melhor prepara-lo para essa notícia.

— Mas como preparar alguém para receber uma notícia dessas?

— É... ninguém está preparado. Mas posso ajudar. Tinha que ser logo?

— Sua noiva já está impaciente e se sentindo péssima por não poder vê-lo.

— Bom, se você puder me ajudar, acho que podemos prepará-lo. Ao menos um pouco. Eu vou pedir para que vá ao quarto dela e prepare ela também. Diga para ela que ele não sabe o que aconteceu, que ela irá contar e que estaremos perto.

— O que vai dizer a ele?

— Provavelmente que algo ruim aconteceu e que sua noiva está vindo contar.

Balancei a cabeça.

— Muito obrigado, doutor. Por tudo. O senhor foi sensacional.

Ele sorriu e agradeceu.

Saí de lá e fui direto pra o quarto onde Juliet estava muito impaciente. Morgana tentava conversar com ela.

— Juliet...

— Ike! Graças a Deus você veio! Ele está bem? Acordou? Já comeu alguma coisa?

— Calma, Julie. Ele está bem, acordou e... tirou até uma brincadeira com a gente.

— Sério? — Seus olhos se encheram de lágrimas.

— Sim. E eu vim te buscar para falar com ele. Juliet, ele não sabe sobre o bebê e com certeza vai sofrer. Mas estaremos lá o tempo todo ok?

Ela respirou fundo.

— Tudo bem, Ike. É melhor contar de uma vez.

Balancei a cabeça e a ajudei a levantar. Olhei pra Morgana que piscou para mim.

Eu estava mesmo apaixonado.