IX - Explosões de Poder

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ALYON

 Alyon não correu. Nem – uau! – as garotas. Todos estavam encarando Lycaon e sua alcatéia. Embora Alyon estivesse com a expressão determinada, era sábio temer aquele lobisomem. Ele enganara Júpiter. Era um assassino de sangue frio. Com um bando. E Alyon tinha apenas alguns poderes e duas mortais. Uma fortemente armada com seiscentas páginas de livros – tirando a capa dura.

– Confesso – Lycaon começou, se aproximando lentamente –, que farejar vocês foi... incômodo. Usar o ar? Meus garotos perderam a trilha por muito tempo. Foi esperto, admito.

– Olhe, ele tem cérebro – Cassie provocou. – Achei que sua cabeça fosse oca.

Lycaon estava na frente deles. Alyon estava com sua adaga de prata em punho. O único metal que feria aqueles lobos. Ele só não esfaqueara Lycaon ainda por que havia cinco lobos atrás deles, e acabariam virando ração.

– Onde achou essa mortal? – Lycaon perguntou a Alyon, os olhos fixos em Cassie. – Ela é, de fato, astuta.

– Perdão, Lobinho, mas eu que o achei – Cassie respondeu debochada. – E, obrigada pelo elogio, embora isso não mude minha visão de você.

– É uma verdadeira pena – Lycaon lamentou. – Vou ter que matá-la também.

– Tenta a sorte, homem-lobo.

Lycaon fez um som terrível, que Alyon supôs ser uma gargalhada.

– Por favor, senhor, escove os dentes! – Clarisse pediu. Alyon amava aquelas garotas. – Ou apenas pare de comer carne podre! É deplorável!

Lycaon foi até ela. Os lobos rosnavam.

– Não se preocupe, minha querida, não vai viver o bastante para se preocupar com isso.

– Já chega – Cassie falou.

Uma pedra do tamanho de uma picape emergiu do chão. Ela voou uns cinco metros para cima... e caiu na cabeças de uns seis lobos. Alyon só teve tempo de ouvir os ganidos.

Ele atacou Lycaon. E tudo a partir daí o fez ter dor de cabeça. Os lobos... mesmo antes de atacarem... simplesmente caíram mortos com o grito de guerra de Cassie e Clarisse. Ou havia poder envolvido ou era um grito muito potente. Isso deu tempo para Alyon enfiar a adaga na barriga de Lycaon. Ele urrou do dor, o sangue jorrou. Cambaleou dois passos para trás e virou lobo.

Você vai pagar, Imortal, ele prometeu. Alyon apenas o ouvia. E suas amigas mortais irão com você para as profundezas do Tártaro.

E então Cassie desabou no chão. Lycaon correu, deixando uma trilha de sangue. E os lobos continuaram mortos. E a pedra ainda estava ali.

Alyon correu até Cassie.

– O que aconteceu? – ele perguntou.

– Não sei – Clarisse respondeu com sinceridade. – Acho que ela teve uma concussão. Não sei. Acha que ela vai ficar bem?

Alyon não respondeu. Ele não sabia. Mas a garota ainda respirava, e se mexia um pouco. Alyon soltou o ar. Ela ficaria bem. Mas ainda estava inconsciente. E eles não podiam ficar parados ali.

Em Busca da Origem - As Portas de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora