XVIII - Revelações e Possibilidades

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CASSIE

 Depois de que até Dylan já tinha dormido, eu e Clarisse ainda estávamos acordadas. Na verdade, acho que Clarisse apenas estava sem sono. Eu, não. Eu apenas não queria dormir... e ter outro sonho. E do que Luke havia me chamado? Filha do Mundo Inferior? O que isso quer dizer? E por que Melinoe me chamou assim também? Mas ela era um sonho.

– Então – era Alyon. Eu dei um pulo.

– Pelo amor de Deus! – repreendi em um sussurro. – Quer me matar do coração?

Clarisse riu baixinho.

– O que foi, hein? – perguntei.

– Mais cedo você disse que tinha tido outro sonho – Alyon lembrou. Que raiva, ele lembrou. – Gostaria de compartilhar?

– Na verdade não.

– Só que você não tem escolha – Clarisse observou, e Alyon concordou com ela.

Comecei a falar, e como não sei resumir nada, demorou uma meia hora até que eu acabasse. Fiquei olhando constantemente para Dylan e Noah, para me certificar que nenhum deles havia acordado e consequentemente ouvido nossa conversa.

– Filha do Mundo Inferior? – Clarisse repetiu, aparentemente travando nessa parte do sonho. – O que isso significa?

– Foi a mesma coisa que Luke me chamou – murmurei. – Mas Melinoe foi só um sonho.

– Não necessariamente – Alyon comentou. – Melinoe é a deusa dos fantasmas, e realmente virou responsável por guardar as Portas de Hades.

– Mas por que raios ela me impediria de fechá-las? Digo, no sonho, óbvio.

– Não sei. Melinoe nunca foi a deusa mais confiável do mundo.

– Então o que levou Júpiter ou seja lá quem a colocar essa mulher guardando simplesmente os portais que ligam os mundos? – Clarisse indagou.

– A porta principal fica no Mundo Inferior, e ele é governado por Plutão. Júpiter não manda lá.

Franzi o rosto.

– E...?

– E Melinoe é filha de Plutão.

– Típico. É tipo: Hey, minha filha não é confiável, mesmo assim, vamos deixar ela cuidar dos mundos! O que poderia dar errado?

– Você acha que ela poderia estar traindo o Olimpo?

– Não sei. Mas, por favor, vamos encerrar esse assunto? Estou ficando com dor de cabeça.

Era verdade. A dor de cabeça não era nada forte, mas irritante. Era como se meu cérebro estivesse trabalhando a toda velocidade para se lembrar de algo antigo, que já está apagado da minha memória.

– Mas, então Cass – Clarisse começou, daquele jeito dela de quando quer fazer uma pergunta mas está com medo de perguntar. – Sobre aqueles seus poderes...

– Por favor, Clari, até você? – indaguei. – Já falamos sobre isso: eu não sei. É como se explodisse de vez em quando. Eu não controlo.

– Eu também não – ela sussurrou.

Me virei para ela.

– Como?

Alyon continuava em silêncio, mas eu conseguia ver pelo canto do olho ele encarando Clarisse, formando mil teorias mentais.

– Como eu sei das coisas – Clarisse prosseguiu. – Ou lugares. É como se houvesse um mapa na minha cabeça. São lugares que já estudei, que já ouvi falar, então eu simplesmente conheço. É assim com tudo. As informações vêm, e eu simplesmente sei.

Em Busca da Origem - As Portas de HadesOnde histórias criam vida. Descubra agora