❄️
— Ei mãe.
— Tudo bem Ike?
— Estou bem. A senhora está muito ocupada?
— Um pouco. Hoje o Taylor e Natalie deixaram a Wilhelmina aqui. Mas em que posso ajudá-lo, filho?
— Você lembra a data de aniversário da Morgana?
— Morgana... — Ela parecia pensar. — Eu sei que é em fevereiro. Agora o dia mesmo eu não lembro.
— Sério, mãe? Não lembra mesmo?
— Minha memória não é mais tão boa. Mas assim, seu pai tem alguns álbuns de época no depósito onde a polaroide dele marcava a data. Fizemos um aniversário para ela, não fizemos?
— Será que tem?
— Acho que sim. Mas não posso olhar, filho.
— Tudo bem, eu vou aí procurar isso.
— Vai ficar para o almoço?
— Vou, vou sim.
Havia ficado com aquilo do seu aniversário na cabeça. Precisava tirar a dúvida.
Como era domingo e não tínhamos ensaio, resolvi ir atrás dessas fotografias antigas do meu pai. E realmente estava tudo muito velho e cheio de poeira. Depois de espirrar umas trezentas vezes, eu encontrei o álbum de girafa onde haviam fotos da polaroide do meu pai. Minha mãe achava aquela máquina horrorosa, mas eu adorava tirar fotos com ela justamente por que saía na hora.
Vi algumas fotos realmente engraçadas de todos nós lá no Equador e depois na Venezuela. Mas realmente não achei a do aniversário de Morgana.
Decidido, e com o nariz pedindo descanso, continuei procurando pelos álbuns. Foi legal lembrar de tudo. Não achei as fotos nos álbuns e parti para as fotos soltas em uma caixa.
Depois de muito espirrar, encontrei uma foto apenas. Ela estava com um chapeuzinho de aniversário na cabeça enquanto batia palmas alegremente. Sorri lembrando de como ela havia ficado feliz com aquela festa. Eu e os meninos havíamos feito uma pequena apresentação nos microfones de sua casa.
Li com dificuldade o que estava escrito na foto. Estava bem apagado:
18 de fevereiro de 1991.
Não podia ser! 18 de fevereiro era... hoje! Saí correndo do depósito e fui até minha mãe. Ela estava olhando os netos brincarem.
— Mãe! O aniversário dela é hoje!
— Hoje? Hoje mesmo?
— Isso! 18 de fevereiro. O problema é que moramos muito longe. — Falei frustrado. — Eu queria poder fazer algo.
— Filho, pelo que me lembro, a Morgana não ligava muito pra grandes festas. Ela saber que você gosta dela já é muita coisa.
— Se eu conhecesse alguém que morasse em Nova Iorque...
Daí tive uma ideia. Mas precisaria de toda ajuda possível.
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MORGANA (CONCLUÍDA)
RomansaSerá que um amor duraria uma vida? Morgana tivera a infância muito atordoada. Como seu pai era um diplomata, viveu boa parte da vida se mudando de país e tendo que fazer novas amizades sem ao menos saber a língua. Ao se mudar para Venezuela, Morgan...