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❄️

— Todos aqui te amam, Morgs. — Falei ao ver sua apreensão ao entrar na casa de meus pais novamente. Era véspera de Natal e ela estava mesmo com medo de rever todos.

— Mas eu sumi, Ike... o que será que eles pensam de mim.

— Morgs, eles te amam. E sempre vão te amar. Você é uma das pessoas mais sensíveis que eles conhecem e jamais vão te julgar por se afastar.

Ela balançou a cabeça tentando realmente acreditar naquilo. Ri daquilo. Como ela era boba. Claro que dona Diana e Walker iriam fazer questão dela lá. Por isso resolvi fazer surpresa aos dois, já que eles também não estavam sabendo de sua vinda.

Quando entramos na casa, minha mãe foi a primeira a vê-la e gritar de alegria, indo chorando até ela. Morgana também não se aguentou e começou a chorar. Logo todos os outros estavam na sala abraçando Morgana. Meu pai parecia não acreditar quando a abraçou forte por um minuto inteiro.

— Minha filha... não suma mais da nossa vida.

— Não vou sumir, seu Walker. — Ela falou chorando.

Eu consegui me conter, mas estava emocionado também. E quando peguei em sua mão mostrando a todos que estávamos juntos, vi um sorriso de satisfação no rosto de minha mãe.

A noite foi extremamente agradável. Juliet deu um show como presente ao Zac. Eu e Taylor a ajudamos com uma melodia para a sua música em português. Achei uma declaração de amor muito bonita e era incrível como eles tinham sintonia. Finalmente Zac estava com alguém que ele amava.

Depois da emoção toda de troca de presentes e um jantar incrível, voltamos para minha casa. Morgana queria ficar em um hotel, mas não achei mesmo cabimento naquilo. Éramos namorados, estávamos juntos para tudo. Meus filhos dormiam no banco de trás do carro.

Quando chegamos em casa, ela me ajudou a colocar todos na cama e voltamos pra a sala e sentamos no sofá.

— Eu gostei da Juliet. — Ela falou sorrindo. — Ela parece combinar perfeitamente com Zac.

— Ela é incrível. Acabamos nos tornando amigos com o tempo.

— Eu queria ter coragem de fazer o que ela fez naquele palco. Mas eu penso nisso, minha barriga começa a dar pulos. Além de não saber cantar.

— Pra mim você é perfeita. — Olhei para ela sorrindo. — Até quando desafina.

— Você não conta, você é maluco!

— Aconteceu algo? — Perguntei curioso.

— Não. Está tudo bem. Mas eu queria te dar um presente...

— Mas você já me deu.

— Esse é especial. — Ela sorriu timidamente. — Está no quarto.

— Morgs, eu acho que estou gostando desse presente.

— Não é isso, seu bobo! Vamos logo!

Segui ela até o quarto e ela pegou uma bolsa e sentou na cama.

— Sério, Morgs? Eu não comprei nada mais pra você!

Eu havia comprado um uma caixinha de som da JBL para obrigá-la a ouvir música em qualquer lugar. Ela havia me dado uma guitarra (YEAH!). Logo batizei a guitarra de Morgana.

— Você já me deu um presente infinitamente mais caro e eu...

— Ike, por favor, não corta meu clima.

Apenas ri com aquilo. Ela tirou da bolsa uma caixinha e me entregou.

Ainda um pouco surpreso, abri a caixinha e vi uma chave. Sorri sem entender.

— Ike... o maior sinal que te quero em minha vida é te dar o meu lar, a minha vida, a chance de crescer comigo e criar uma vida. Se vamos ter isso, eu quero que você tenha acesso a minha casa, a minha vida e a tudo que eu mais valorizo.

— Morgs... — Sorri pensando em como a amava e aquilo era importante para ela. Eu era o primeiro depois de Antony.

— Tem mais. — Ela balançou a cabeça. — Promete que sempre seremos eu e você? Você já teve uma desilusão com seu casamento e eu também tive minha cota de noivado desastrado.

— O que quer dizer? — Eu estava confuso.

— Eu não quero casar, quero ser sua namorada. Até ficarmos velhinhos.

— Você é doida, sabia? — Falei beijando sua bochecha. — Contanto que você não vá embora, tudo bem.

Ela sorriu alegre com minha resposta. Estávamos vivendo em um momento único em nossa vida. E, pela primavera vez depois de tanto tempo, estávamos juntos.

Quando Zac me ligou por volta de oito da manhã do dia seguinte e ouvi o desespero em sua voz. Seu filho havia sumido. E, sem muita informação, pedi para que Morgs olhasse as crianças e corri pra o endereço onde ele estava.

Orlando estava deformado e ainda ria da cara de Zac. Por pouco ele não matou o homem.

No caminho de casa, ele me contou o que havia acontecido:

— Ela não está em nenhum canto, Ike. Em nenhum maldito canto! Ela levou meu filho pra longe de mim!

— Ei, ei... calma, Zac. Vamos resolver isso. Ela não deve ter ido pra tão longe. E se foi, não vai ser difícil encontrá-la. Vamos resolver isso.

Eu estava nervoso, mas não poderia passar aquilo para Zac. Honestamente eu mal sabia o que fazer, mas liguei logo para a polícia e pedi a mamãe que chamasse o advogado depois de explicar por cima o que havia acontecido.

Quando chegamos, o caos estava instaurado. Taylor chegou o mais rápido que pôde com Natalie. Zac já estava perdendo a cabeça. Mas quando o policial e o advogado falaram, uma esperança se acendeu. Talvez eles pudessem encontrar John rapidamente.

Enquanto as coisas aconteciam freneticamente, liguei para Morgana que atendeu rindo. Provavelmente ela estava brincado com as crianças, já que eu ouvia a voz de Nina atrás.

— Oi amor!

— Hey meu amor... — Falei coçando a cabeça. — Eu tenho péssimas notícias.

Tentei resumir tudo que havia acontecido.

— Meu Deus, Ike. Que loucura tudo isso. Zac deve estar mesmo desesperado. Por favor, não deixe de me mandar notícias.

— Pode deixar. Tá tudo bem aí? Desculpa te deixar com eles assim...

— Tá tudo ótimo. Nós vamos fazer um piquenique no seu jardim.

— Obrigado, Morgs... — Sorri pensando em como tinha sorte de tê-la. — Aproveitem a nova casa por mim. Tentarei chegar cedo.

— Se preocupe em ajudar o Zac.

— Eu te amo, Morgs. — Falei pensando em como aquele era mesmo um sentimento maravilhoso.

— Eu também te amo, Ike.

MORGANA (CONCLUÍDA)Onde histórias criam vida. Descubra agora