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Quando chegamos ao restaurante onde meus pais estavam e senti todo meu corpo ficar mole.
— Morgs... — Ouvi a voz preocupada do Ike. — Você está bem?
— Eu só estou ansiosa. — Falei olhando para baixo. Fazia anos que não o encontrava. Fazia anos que não via minha mãe.
E tudo por causa daquele maldito caso que gerou a Patrice. Aquele maldito caso que acabou comigo.
— Você tem mesmo certeza que quer fazer isso?
Estávamos em Tulsa ainda. Eles haviam viajado para o natal, porém passaram em Boston. Com toda a situação do Zac e da Juliet, resolvi ficar mais tempo. Então eles acharam melhor viajarem para onde eu estava.
— Eu preciso, Ike... Eu não posso mais fugir.
Ele olhou para mim e sorriu. Aquele seu sorriso lindo, sorriso que só ele tinha. Então me deu seu braço:
— Eu estou com você. Você nunca mais vai precisar fugir, Morgs.
Sorri. Eu amava absurdamente aquele homem. De uma forma totalmente incontestável.
Entramos no restaurante e logo os encontramos.
Meu pai estava consideravelmente mais velho, minha mãe bem mais magra.
— Eu estou tão feliz por vê-la. — Ele me abraçou forte e pude vê algumas lágrimas descendo.
Foi inevitável o sorriso. Então olhei para minha mãe que já soluçava. Mordi o lábio inferior tentando segurar o choro.
— Filha... me... me perdoa.
Ela estava tão magra, era tão pequena, tão frágil. Eu não consegui.
— Não, não. — Eu então a abracei forte, deixando as lágrimas descerem. Foi como se eu me encontrasse novamente. Senti a dor da perda, dos anos passados, das minhas novas rugas. — Eu quem peço desculpas.
Não sei quanto tempo fiquei ali abraçada com ela e chorando. Eu não esperava ficar tão emotiva, mas era uma besteira tudo aquilo.
Durante anos eu me martirizei, guardei rancor e mágoa, fiz de mim uma casa de sentimentos destrutivos. E tudo isso por causa de um deslize ridículo é um perdão que minha mãe havia dado.
Na época eu não o achava digno da minha mãe, isso me irritou profundamente.
Quando sentamos, caímos na risada. Era leve. Finalmente era leve.
∞
— Filha... — Meu pai havia pedido para conversar comigo a sós. Estávamos andando pela calçada e indo em direção ao hotel que eles estavam hospedadas enquanto Ike conversava com minha mãe logo à nossa frente. — Eu sei que o que eu vou falar pode retroceder tudo que aconteceu hoje. Mas eu não posso esconder mais de você.
Eu o vi apreensivo. Tive medo do que ele estava prestes a dizer.
— Quando você e Ike eram crianças, eu sabia que aquilo era mais que amizade.
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MORGANA (CONCLUÍDA)
RomanceSerá que um amor duraria uma vida? Morgana tivera a infância muito atordoada. Como seu pai era um diplomata, viveu boa parte da vida se mudando de país e tendo que fazer novas amizades sem ao menos saber a língua. Ao se mudar para Venezuela, Morgan...