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Não soubemos de Patrice e nem do seu pai. Morgs não queria mesmo saber de nenhum dos dois e eu respeitei isso, embora aquela informação martelasse em minha mente.
Parte de mim queria contar a ela, mas jamais poderia fazer isso. Não poderia me meter em uma briga deles dois. Eu tinha raiva pelo que ele fez, claro, mas não era uma briga minha e nem uma briga que valeria a pena entrar.
Nosso relacionamento ia muito bem, viajava para NYC todo final de semana, contava as horas para ver Morgana.
Em um desses finais de semana, perguntei se ela passaria o Natal conosco:
— Acho que não vou poder. Devo trabalhar Natal e Réveillon.
— Você trabalha todo ano, Morgs. Será que dessa vez não teria como se ajustar?
— Eu posso ver o que posso fazer, mas não garanto. No máximo ou um ou outro.
Eu a amava tanto, tanto, tanto. Minha vida não fazia mais sentido sem ela.
Mas também com Natal se aproximando, se aproximava as dores de cabeça com Nikki. Ela estava irredutível, não queria deixar que as crianças passassem as festas de final de ano comigo. Mas era uma injustiça já que nossas festas eram cheias e animadas com primos e tios.
— Você quer ir pra Inglaterra e leva Eve, Mon e Nina? É isso mesmo?
— Eu quero que eles conheçam a família de Henry. O que há de errado com isso?
— Eu não vou passar o natal longe dos meus filho, Nikki. Não existe essa possibilidade. Nem que eles não possam ir pra casa dos meus pais, eles precisam estar em Tulsa!
— Você só pode estar de brincadeira.
— Eu baía assino o documento. Eles já viajaram com você esse ano. Chame o seu namorado para passar o natal conosco. Ainda somos uma família.
Ela ficou alguns segundos em silêncio e suspirou.
— Será que não percebe, Ike? Que toda vez que eu vou lá e vejo toda felizes, aquilo me machuca um pouco?
— Nikki, eu sei que você sente raiva de mim porque eu não... eu não quis voltar. Mas como poderia voltar com você depois de tudo? Eu já estava envolvido com outra pessoa...
— É, mas parece que não deu certo, deu? Onde ela está agora?
— Ela vira esse ano.
Aquela informação pareceu pegá-la de surpresa. Vi uma decepção passando pelo seu rosto.
— Me desculpe, Nikki...
— Não, não... tudo bem. É que uma parte de mim ainda acreditava que talvez... Pudéssemos salvar nossa família.
— Nicole, nossa família é linda. Você me deu as coisas mais preciosas que alguém poderia me dar. E eu já te amo muito por isso. Mas...
— Eu sei... você não me ama mais como mulher.
— Não se sinta ofendida nem nada. Mas... Eu amo Morgana. E as coisas estão começando a funcionar para nós.
— Tudo bem. Eu não vou levar as crianças. — Ela sorriu tristemente e depois caiu no choro.
Durante muito tempo, eu amei Nikki como jamais ninguém amou. Mas quando nos separamos, eu segui em frente. Fiquei triste por ela não ter seguido, já que foi ela mesmo quem terminou.
Dois dias depois ela avisou que as crianças ficariam comigo e que ela passaria o natal e Réveillon com o namorado. Aquilo me deixou triste já que eu sabia que ela não estava bem.
Em uma das vezes que fui a NYC e estava com Morgana, tomei coragem e perguntei:
— Morgs, porque você não fala com seu pai?
A pergunta pareceu pegá-la de surpresa. É realmente pegou.
— Bom... eu não falo disso há anos.
— Eu acho que preciso conhecer tudo de você, até seus desafetos.
Ela sorriu triste.
— Meu pai traiu minha mãe muitos anos. Pro país que ele ia, ele levava a amante.
— A mãe de Patrice?
— Isso. Minha mãe, logicamente, descobriu. Ele levou a amante para a cama deles é... bem, você pode imaginar né?
Balancei a cabeça. Tinha imaginado algo assim.
— Mas ela perdoou. Sabe? Ela perdoou toda a humilhação e ainda continuou com ele. Aquilo me deixou irada. Ela havia me prometido que jamais o perdoaria por aquilo. Ela me colocou no olho do furacão. Ela me contou tudo que havia acontecido para fazer com que eu odiasse. Mas depois... ela voltou com ele. Como eu ia conviver com alguém que havia humilhado tanto nossa família?
O assunto era mesmo delicado. Eu não respondi.
— Eu fui morar com minha tia em San Francisco e desde então eu não os vi mais. Pelo menos não por livre vontade. Ele veio atrás de mim algumas vezes, mas não quis mesmo saber. Minha mãe agora está doente e eu não consigo...
Ela silenciou um pouco, não falei nada. Não achei que deveria.
— Ver Patrice é como enxergar todo o meu passado em uma pessoa. E ela não faz valer a pena todo o sofrimento.
— Talvez seja tempo de conversar com seu pai e perdoa-lo, não acha?
— Não sei mais se eu conseguiria.
— Morgs... lembra da mãe de Antony? Não faça a mesma coisa que ela.
Ela só me abraçou e não disse mais nada. Entendi que o assunto estava terminado ali.
—
Vem cá, vamos conversar.O capítulo era pra ter saído ontem, mas quem acompanha "FLOWER" já viu que ontem foi um péssimo dia e eu não consegui escrever muita coisa. (Fui escrever de madrugada).
Os capítulos de Morgana serão semanais e amanhã já começa "Laura".
Tenham paciência que as coisas vão acontecer viu?Beijo enorme.
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MORGANA (CONCLUÍDA)
RomanceSerá que um amor duraria uma vida? Morgana tivera a infância muito atordoada. Como seu pai era um diplomata, viveu boa parte da vida se mudando de país e tendo que fazer novas amizades sem ao menos saber a língua. Ao se mudar para Venezuela, Morgan...