Uma mulher prendada

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14/04


Para dizer que as coisas estavam paradas, seria um eufemismo. Eu não tinha nada a fazer e apesar do Spring Break ser uma das épocas mais movimentadas no bistrô, tento o sr. Lucas quanto Lotte foram contra me deixar trabalhar com o meu pé quebrado, mesmo este não estando doendo tanto assim.

Ao menos eu tinha George para me fazer companhia.

Depois do que aconteceu, eu me senti mais próxima de George do que eu já me sentia antes, já quanto a Darcy, era exatamente o oposto. Eu ainda não conseguia acreditar que ele pudesse ter feito isso a George, mas não tinha razões para duvidar que aquilo era mentira, porque ele haveria de mentir, afinal?

Jane me disse que eu deveria dar uma chance para Darcy se defender, e eu achava que isso era justo, mas não conseguia me ver perguntando a ele abertamente sobre o assunto.

Em todo caso, eu não conseguiria mesmo que quisesse. Darcy saiu da cidade. Sinceramente, não sei se ele iria voltar, ele foi embora dois dias depois de sua última visita e não se dignou a se despedir de ninguém.

Não posso dizer que alguém lamentou sua partida.

Estou na perspectiva de encontrar George para o nosso encontro!!!


15/04


Ao menos meu pé quebrado não impediria que eu tivesse meu encontro com George, no final das contas. Claro, não vamos mais acampar em Lassen Volcanic, mas aindapoderíamos fazer alguma coisa legal. No caso, nós iríamos mesmo para o Carter's. 

O Carter's é um bar esportivo, era barulhento, tinha mesas de sinuca no canto e mesas altas de madeira. Ou seja, coisas de bar!

Era o lugar favorito dos universitários de Meryton, ele ficava um tanto afastado do centro, mas nem tanto, tinha um estacionamento grande, onde os jovens estacionavam os carros, colocam música alta e ficam ali, farreando e bebendo cerveja.

Eu ia com menos frequência ao Carter's do que normalmente pessoas da minha idade iriam. Especialmente a noite.

O chicken fingers do Carter's era lendário, assim como a enorme jarra de cerveja, esses eram os pedidos clássicos, além disso, havia mojito, marguerita e outras bebidas alcoólicas que os jovens de mais de vinte e um anos amam.

Eu, pessoalmente, sou fraca demais com bebida e, além disso, estou tomando analgésico, sem falar que eu ainda não tenho vinte e um (então comprar ou beber bebida alcoólica é contra a lei em todos os estados, o que torna a empreitada difícil), então eu terei de ser "careta" e beber suco de laranja ou algo assim, George está dirigindo o carro de Denny, então eu suponho que ele também não vai beber. Felizmente, o Carter's também serve uma deliciosa pink lemonade, que é o que eu provavelmente vou pedir.

Era uma noite quente de quase trinta graus e eu optei por um vestido leve de algodão e amarrei meu cabelo em um rabo de cavalo.

George veio me buscar em casa dirigindo o carro emprestado de Denny por que ele não tinha um. Ele estava bonito de bermuda e camiseta, a camiseta era um pouco justa e mostrava o corpo definido de nadador por baixo.

- Minha cara Elizabeth Bennet – disse ele saindo do carro para abrir a porta para mim. – Sua carruagem a espera!

Era um carro chevrolet, sedam azul, não faço ideia do ano, não sou boa com marca de carros, mas embora não fosse novo, estava muito bem conservado.

- Muito obrigada, meu senhor – disse ao entrar no banco do passageiro.

O trajeto foi curto, porém agradável, George falava animada e alegremente, me fazendo rir sempre, tão diferente dos momentos constrangedores e silenciosos de Darcy. Como duas pessoas que cresceram juntas podiam ser tão diferentes?

O Diário de Lizzie BennetOnde histórias criam vida. Descubra agora