O Diário de Lizzie Bennet

Cachecol Vermelho

28/07

Era sexta-feira, o dia da festa beneficente de Pemberley. A festa seria dada em um salão de festas da própria empresa que eu não fiquei nem um pouco surpresa em saber que existe. Ele não ficava muito longe de onde era o apartamento de Darcy, por isso minhas coisas – vestido, sapato, etc – tinha sido deixada lá e eu também iria passar a noite lá, muito possivelmente.

O Sr. Hoover iria me levar até o tal apartamento depois do trabalho e Gigi, Fitz e Darcy deveriam me encontrar lá.

Não preciso dizer que o dia não passou de jeito algum e que todo o evento estava me deixando ansiosa a semana inteira, não era só porque era uma festa chique com um bando de gente que eu nunca vi na vida, mas também porque a família de Darcy iria estar toda lá e também a ex-noiva dele, Audrey que eu não tinha certeza se realmente queria conhecer.

Darcy vinha tendo uma semana ocupada no trabalho cheia de compromissos e nos vimos menos do que eu gostaria, na verdade, nos falamos pessoalmente por último na segunda-feira, quando ele me levou de volta ao apartamento depois do jantar com minha família, pois na terça-feira de manhã ele partiu para a Irlanda para ver o tio e só voltou ontem a noite, só que a agenda de Darcy estava lotada de compromissos que ele adiou e embora falássemos por telefone e por mensagens todos os dias, não era a mesma coisa do que nos ver pessoalmente e eu fiquei um tanto surpresa com o quanto eu estava sentindo a sua falta.

Mas eu compreendia o motivo que o fez ir a Irlanda, é claro, e não o culpei por isso, seu tio estava doente e ele era teimoso demais para ouvir qualquer um – Darcy disse que seu tio só não era mais teimoso do que eu, o que eu achei que não era uma coisa nada gentil para se dizer para sua namorada, embora, claro, seja verdade.

O resfriado do tio de Darcy estava tão forte que o fazia tremer de febre e tinha fechado sua garganta, mas a tia de Darcy estava tendo grande dificuldade para que ele ficasse na cama e ouvisse os conselhos dos médicos, então Darcy foi até lá na esperança de colocar juízo na cabeça do tio; não sei se o que eles conversaram ajudou muito, mas pelo menos eu soube por Gigi que o resfriado do tio Eogham tinha melhorado o suficiente para não correr o risco de virar uma pneumonia, o que podia ser mesmo fatal para um senhor de setenta e cinco anos.

Feliz com a pequena vitória, Darcy tinha voltado a Londres para a sua vida atarefada de sempre e como vinha acontecendo muito ultimamente, o trabalho dele tinha nos afastado, pelo menos por hoje, mas eu me consolava com a ideia de que passaríamos a noite toda juntos, finalmente.

Ontem quando ele chegou, bem tarde, ele parecia muito cansado e embora eu estivesse muito ansiosa para vê-lo, insisti que ele não viesse diretamente do aeroporto para meu apartamento, ao invés fosse para casa descansar, eu podia ouvir em sua voz o cansaço e ele chegou a me confessar que não vinha dormindo muito bem. Achei que era bem forte para aguentar por mais um dia não vê-lo, nunca achei que eu fosse esse tipo de pessoa que não tinha vida própria quando não estava ao lado do namorado, mas a verdade é que eu sentia muito, muito a falta dele e eu o queria perto de mim outra vez.

Mas tive que aguentar esse dia todo. Nos falamos pela manhã e eu esbarrei com ele brevemente no corredor, mas ele tinha um milhão de gente ao lado dele na hora e eu não podia fazer uma cena em público correndo para abraça-lo e beijá-lo como eu queria. Pensei que podíamos almoçar, mas ele não teve tempo, na hora que ele tinha uma folga eu tinha de acompanhar Paul em uma reunião com um autor em potencial, então... mais essa!

Então eu estava ansiosa e um pouco de mal humor, querendo que esse dia acabasse logo para que eu pudesse abraçar e beijar meu namorado sem interrupção – talvez depois da festa, porque Fitzwilliam Darcy não demonstra afeto em público, ele é muito discreto, algo que eu compreendo, e mais ou menos concordo, não que eu ache que dar um beijo um pouco mais longo que um selinho seja algo demais como ele acha, mas...