O emprego novo

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18/06

Eu detestava andar de avião, por isso eu me entupi de chá de camomila e tomei um remédio para dormir da minha mãe, por isso eu apenas enviei uma máscara de dormir no rosto e só voltei abrir os olhos quando uma aeromoça sorridente me cutucou dizendo que já está tínhamos pousado em Londres.

A despedida da minha família foi emocionante, meu pai tentou disfarçar as lágrimas o máximo possível ao me abraçar, enquanto a minha mãe sequer fez algum esforço para abaixar o volume enquanto berrava várias instruções de cuidado e segurança para mim como se eu fosse uma criancinha.

Todo mundo estava lá, Jane, Mary, Kitty, até a Lydia me deu um abraço, embora não tenha me dirigido nenhuma palavra; as coisas entre nós ainda não estavam muito boas, isso porque ela sequer sabe o que eu fiz pelas suas costas. Ah, se ela soubesse...

Eu tinha ficado desse preocupada com a viagem que os amigos de Wickham estavam planejando fazer em Riverbay porque sabia que meu pai não estava disposto, e nunca estará, em passar as férias neste lugar.

Mas, embora eu estivesse tranquila sabendo que esse era o que esse era o caso, nunca tinha me ocorrido que houvesse outra forma de ir a Riverbay. Óbvio, que se houvesse outra forma de fazer o que ela queria, eu deveria saber que Lydia encontraria. E foi o que houve.

Coronel Forester iria para Riverbay com a família esse verão e sua filha Patty era amiga de minhas irmãs. Como havia um lugar sobrando no carro, Patty convidou Lydia para vir junto.

Conseguem perceber o desespero de Kitty em ser deixada de fora?

Eu também sentia certo desespero, mas por uma razão completamente diferente!

Depois de todos os acontecimentos recentes, Lydia mais do que provou não ser madura o suficiente pra ficar sem supervisão em um ambiente cheio de rapazes atraentes. Consegue imaginar o caos?

A notícia de que Lydia iria para Riverbay chegou apenas alguns dias antes da minha partida para Londres. Estávamos quase todos nós reunidos na sala de estar; meu pai estava lendo jornal, como sempre, eu acredito que esse foi o método que ele encontrou para fugir das bobagens que suas filhas e esposa faziam diariamente. Pode ter sido efetivo, mas a sua falta de interesse e de impor disciplina em suas filhas, especialmente nas mais novas, foi o que causou todos os problemas que enfrentamos hoje em dia.

Minha mãe estava pregando um botão que tinha soltado da camisa de meu pai, Mary estava no telefone com seus colegas de bate-papo, provavelmente planejando o tal acampamento de música; quanto a mim, tinha pegado emprestado um livro de Mary da ex-noiva de Darcy, Audrey Hanningan. Nesse livro ela narrava a sua experiência de sucesso fazendo seu nome em uma carreira praticamente dominada por homens; era realmente uma história incrível de superação e trabalho duro, embora eu soubesse melhor. Claro que Audrey deixou de fora o fato de que a influência e os contatos de seu ex-noivo, Darcy, ajudaram bastante, além do fato, como Fitz me contou, que ela foi pra cama com todas as pessoas que poderiam ajuda-la a alcançar a posição e fama que ela queria na sua carreira.

Me pergunto, como e por que Darcy se apaixonou por uma mulher dessas.

Eu estava distraída lendo o bendito livro, quando ouvimos a maior gritaria lá fora.

Jane que estivera fazendo biscoitos para levar para a sua visita no lar dos idosos amanhã, entrou na sala de estar preocupada com a bochecha um pouco suja de farinha e ainda segurando a colher de pau. Minha mãe e eu deixamos de lado o que estamos fazendo, mas Mary mal tirou os olhos de seu celular e meu pai está um pouco tirou seus olhos de seu jornal.

Não demorou muito, Kitty e Lydia entraram. A primeira estava chorando, e a segunda pulava e ria esteticamente.

— O que está acontecendo?

O Diário de Lizzie BennetOnde histórias criam vida. Descubra agora