23/05
Eu realmente amo meu pai! Eu temi por um momento, mas fiquei feliz por ele ter me apoiado, e não posso dizer o mesmo de minha mãe, longe disso.
Mas ela é maluca, então tem isso. Que tipo de mãe quer desesperadamente casar suas filhas? Eu me sinto uma velha solteirona de mais de quarenta anos tendo apenas vinte e um – não que ser solteira com mais de quarenta anos seja ruim, afinal estamos no século XXI, e tudo é uma questão de escolha, na verdade. – E mesmo que eu estivesse tão desesperada, me casar com o Sr. Collins? Tudo bem, ele tem um emprego estável, provavelmente muito rentável e uma casa própria e não é um serial killer (assim eu espero, né!), talvez eu conseguisse fazer muito pior, mas honestamente... preferia ficar sozinha!
Desde quando a felicidade plena se define em casar com um homem? Até a Disney já percebeu isso, temos a Rainha Elsa, de Frozen, sem um príncipe, e mesmo assim todo mundo fica entoando "let it go" por aí!
Pronto, eu posso muito bem ser como a Elsa: uma rainha do gelo "bad ass" sexy para caramba! Seria ótimo se eu também tivesse habilidade de criar rajadas de gelo com a mão, fazer gelo com as mãos parece uma coisa maravilhosa, porque hoje está trinte e nove graus, sério, eu me sinto um sorvete jogado nas areias do deserto do Saara! Eu REALMENTE odeio o aquecimento global!
Mas voltando ao Sr. Collins...
Minha mãe conseguiu convencer o Sr. Collins que eu preciso pensar na proposta dele com mais calma, o que ele pareceu compreender. Veja só como isso aconteceu.
Eu estava chegando em casa e encontrei minha mãe no portão e na hora eu pensei "eita, é agora!" ela tinha uma expressão assassina no rosto, mas ao contrário do que pensei, que ela fosse gritar ou fingir ter um acesso e fingir um desmaio, ela simplesmente disse:
- Sr. Collins ainda está aí, e nós três vamos ter uma conversa – ela disse isso de forma taxativa, ela não queria saber a minha opinião, ela só estava me comunicando, como cortesia, o que iria acontecer em seguida.
- Eu não vou...
- Eu disse que nós dois vamos ter uma conversa e você vai manter sua boca fechada e me deixar cuidar disso!
Eu fiz uma careta para ela. Ela me conhecia bem, desde que eu nasci, aliás, e ela sabe muito bem que o pior jeito de me obrigar a fazer uma coisa é impor que eu faça essa coisa. Não é difícil de me manipular, Charlotte faz isso o tempo inteiro, é só me desafiar ou dizer que eu não consigo, então eu vou fazer exatamente o que você quer que eu faça só para provar que eu consigo, funciona quase sempre! – droga!
- Mãe, eu não vou me casar com esse cara, nem tente! – disse no mesmo tom taxativo que ela tinha usado.
Minha mãe e eu tínhamos algo em comum afinal: éramos duas teimosas!
- Elizabeth, não seja egoísta...
- Mãe, você não pode mandar em mim, não pode me obrigar, papai já disse que não!
- Seu pai é tão teimoso quanto você, ele é a razão de você ser tão voluntariosa.
Ora essa, isso vem da mulher que transformou minhas irmãs mais novas em pequenos monstros da preguiça, da procrastinação e da irresponsabilidade crônica!
Mas eu decidi não falar nada, para não arranjar mais encrenca.
- Mãe, se você quer enrolar o Sr. Collins com falsas esperanças, vai em frente, mas eu não quero participar disso, eu não vou mudar de ideia, não importa o que você faça!
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O Diário de Lizzie Bennet
Fanfiction"É uma verdade universalmente reconhecida que um homem solteiro, possuidor de uma grande fortuna, deve estar em busca de uma esposa". Sim, essa é exatamente a frase que minha mãe diz, como um mantra, para suas cinco filhas com uma frequência alarman...