Grampos
04-08-2033
6º dia fora.
Todas as casas daquela rua estavam sendo tomadas pelo mato que crescia junto as grandes árvores que antes apenas enfeitavam suas frentes e agora se misturava a toda a vegetação do North Park logo atrás daquelas casas.
Entramos em uma pequena casa com a fachada tomada por musgo e trepadeiras, e escondida por três árvores no seu jardim. A destruição dentro dela era total, parte do teto da cozinha havia desabado sobre os armários e o sofá da sala havia sido incendiado, talvez por alguém, na tentativa de destruir de vez toda a casa.
Os quartos pelo menos estavam em melhor estado, o primeiro parecia ser o menor de todos, o colchão não parecia tão ruim e serviria para passarmos a noite, o armário estava sem as portas e sem sinal de roupas ou sapados, o segundo quarto era o quarto principal, mas o colchão sobre a cama estava rasgado exibindo dezenas de molas enferrujadas.
Colocamos nossas coisas ao chão do quarto menor e logo Sara e Charles estavam sobre o colchão prontos para dormir o resto daquela noite enquanto suspiravam de alivio pelo cansaço que sentiam.
— Isso é pra você. — Disse entregando o ursinho de pelúcia a Sara. Era marrom com um pequeno lacinho vermelho e usando botas vermelhas. Ela sorriu e agradeceu o agarrando.
— Tenho frio. — Queixou-se ela se virando para Charles.
— Não temos cobertores? — Perguntou ele me olhando.
— Nessa casa não temos, mas é apenas por essa noite.
A casa estava muito destruída, parecia mesmo que alguém havia tentado queimá-la.
Charles então retirou um dos casacos que havia pego na última casa e cobriu Sara com ele e voltou a acariciar seu rosto para ajudá-la a dormir.
— Tente descansar também. — Disse a ele. — Vou dar uma olhada na ferida da sua irmã e vamos descansar, amanhã pode ser mais um dia cheio se essas motos continuarem rondando por essas ruas e quando clarear precisamos encontrar um lugar melhor do que essa casa parcialmente queimada.
Voltei para perto da porta do quarto onde Maisie se mantinha sentada de mal jeito em uma cadeira velha. — Precisamos cuidar da sua ferida. — Disse me aproximando.
— Acho que você também precisa de alguns cuidados. — Disse ela se referindo ao meu braço sujo de sangue seco.
A ajudei caminhar até a cozinha e a sentar em uma das cadeiras que estava em melhor estado e retirei o kit de primeiros socorros da mochila. Sua camiseta mostrava uma grande mancha de sangue na região onde havia levado o tiro e seu rosto havia voltado a ficar com a cor pálida de dias atrás.
Lhe entreguei minha lanterna e pedi que levantasse sua camiseta e clareasse a região. O curativo que eu havia feito no dia anterior, já havia caído, e em volta do buraco havia se formado uma crosta de sangue seco. Ao encostar, senti quando seu abdômen se contraiu ao contato dos meus dedos.
— Gelados. — Disse ela em sua defesa quando a olhei.
Limpei a ferida com algodão e álcool, sua pele em volta do buraco mostrava sinais de infecção. Mesmo com todas as aulas na faculdade de enfermagem e os cursos de primeiros socorros que eu havia participado, nada havia me treinado para tratar de infecções sem os recursos necessários.
— Tome. — Disse, lhe entregando um rolo de ataduras.
— Para que isso? — Perguntou ela um pouco confusa.
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ANO 2033
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