O primeiro susto

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O primeiro susto

As células de combustível movidas a hidrogênio do Hyundai Nexo mal faziam algum barulho enquanto o carro se movia pelas ruas que nos afastava cada vez mais do bairro de Yorkdale. O carro ainda tem cheiro de novo, e todo o painel funciona perfeitamente bem, com exceção do GPS que parou de funcionar em todo o mundo meses depois do impacto.

Sinto o carro um pouco mais pesado do que o habitual, andei com ele pouquíssimas vezes quando o comprei, talvez pelo fato dele estar blindado, um pequeno gasto a mais que na época me fez hipotecar a casa. Mas já não faria diferença, quando o comprei era questão de tempo para o governo anunciar a aproximação do asteroide.

Não levou mais que algumas semanas após o anúncio do asteroide para a economia ruir e logo os bancos faliram, tanto porque ninguém estava mais interessado em pagar suas contas já que um asteroide poderia dizimar a terra em alguns meses e porque o governo havia confiscado a maior parte das reservas dos bancos na intenção de construir grandes bunker para salvar e preservar a maior parte da vida animal e vegetal, além de obras que eles consideravam de valor histórico.

A blindagem nos faria gastar um pouco mais de combustível até chegarmos ao nosso destino, mas depois de sair do bunker a alguns dias atrás, percebi o quanto eu estava certo na minha escolha pelo carro. Se nada nos atrapalhasse, as células de combustível seriam suficientes para chegar a Gettysburg.

Sara que parecia um pouco mais branca desde aquela manhã, começava a ter coriza e um pouco de tosse seca. No porta malas estavam a maior parte das armas na mala da Nike, os kits de primeiros socorros havia enchido a mochila dos Leafs, além de gazes, ataduras, alguns comprimidos analgésicos e anti-inflamatórios que ainda tinha no bunker, estavam agora três kits de primeiros socorros que havíamos encontrado nas casas buscas as casas da região de North Park. Os pacotes de MRE estavam na mochila militar, além do que nos restava de enlatados e pacotes de biscoitos de arroz. Vinha arrastando comigo desde as casas de North Park alguns fogos de artificio que esperava que fossem úteis em algum momento, mas me parecia apenas ocupar espaço dentro do porta malas.

Maisie estava sentada do meu lado, abaixo de suas pernas estava o drone que seria usado assim que estivéssemos a uma distância menor do posto de imigração de Niagara Falls. com uma das mãos a segurar o AR15 enquanto na outra segurava um copo de porcelana fechado do Starbucks com café ainda quente.

Ela havia ficado em êxtase a dois dias quando havia encontrado no fundo de um dos armários, dois frascos de café instantâneo, o que a levou a passar aqueles dois dias a tomar copos e copos de café, ainda havia sobrado um frasco e meio que estavam agora na mochila militar junto ao restante da nossa comida.

No porta-copos, junto ao painel, estava agora minha pistola e pregado a porta estava o ZRX 9mm pronto para ser sacado ao primeiro sinal de perigo. No banco de trás, entre Charles e Sara, havia duas garrafas de água e pacotes de biscoitos de arroz.

Nosso caminho traçado seguiu tranquilo, entramos na Lawrence e fizemos o caminho contrário ao de 4 dias atrás, não havia muitos carros ou qualquer outro obstáculo pelo caminho que nos impedisse de seguir. Os carros ali não eram muitos e estavam em sua maioria no acostamento a enferrujar com o tempo. Já estávamos na Weston Lion Park quando a nossa frente meia dúzia de carros abandonados impediram nossa passagem. No retrovisor a nossa alternativa já parecia muito distante para voltarmos até Black Creek.

- Aqui. – Indicou Maisie apontando para o mapa. – Seguimos pela Hickory Tree para o sul.

Segui as suas recomendações e passamos pelo estacionamento do Weston Lions Arena sem sinais de outros sobreviventes, bons ou ruins. A nossa frente, algumas torres altas soavam como perigo em minha cabeça, mas continuamos.

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