Unhappy ever after

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"Used to be that I felt so damn empty

Ever since I met you, no vacancy"

No vacancy - OneRepublic

Michael P.O.V

A festa é repleta de um misto de gente inocente e gangster's querendo sua parte do bolo que os Peaky Blinders tem.

Olhar o salão não me causa sentimento algum. As pessoas vêem o que querem, eu vejo a verdade. Uma esposa movida pela dor, um marido movido pela falta de escolha, um homem inocente.

O nome do avô dela era Gutierre, pai de sua mãe, criou a filha com amor e força de vontade depois de ficar viúvo, era um homem nobre, nada do que acontecia aqui parecia ter sua percepção, foi o que Tommy contou, ao menos.

- Olá garoto.

Gutierre apareceu ao meu lado, levei um breve susto.

- Senhor Gutierre. - cumprimento.

- Não pense que sou cego, sei muito bem o que é tudo isso. - olho-o, confuso pela fala. Ele me observa, centímetro por centímetro. - Você não a ama, e ela não teve escolha.

Concordo, tomando um gole do Whisky e tragando o charuto que Tommy ofereceu aos convidados em uma mesa.

- Como sabe?

Ele pigarreia.

- Sabe garoto, quando minha filha se apaixonou por esse homem, Pierre... foi o fim da sua alegria, embora nunca tenha admitido para qualquer pessoa ou que eu tenha dito à ela que sei. Ele é uma praga, veio e a tirou de mim com mil promessas, mas nada para ele vale mais que seu próprio rabo. - fala, bebericando seja lá o que tinha em seu copo. - E eu sei que empurrou a própria filha pra seu propósito macabro.

Estou com os olhos perdidos entre as pessoas.

- É verdade. - admito.

- Prometa pra mim garoto, não deixe ela voltar para aquela casa maldita. - me olha, e percebo tristeza, vontade de chorar em seus olhos.

- Ela é uma mulher livre para ir e vir.

- Ele é um monstro, mas você já sabe disso. - e sai, se juntando novamente às demais pessoas.

A música para e o cantor faz um pronunciamento.

- Chegou a hora da dança dos noivos. Por favor casal, venham até a pista de dança.

Viro o resto da bebida de uma vez e jogo o charuto fora, indo até ela.

Fico sem jeito no começo, não sei exatamente por onde começar, então ela toma a liderança, pelos primeiros segundos até eu me acostumar, era nítido que uma boa educação fez parte da sua vida, pois dança com graça e habilidade. Rodopiamos em silêncio pelo salão, então decido tomar uma iniciativa ousada, colo o nariz em sua orelha e aspiro profundamente seu perfume, jasmim. 

Sinto seus pelos se arrepiarem, e dou uma risadinha.

- O que você está fazendo, Michael? - sussurra ela, ao pé da minha orelha, seu hálito estava fresco, deveria estar bebendo também, e sou eu quem se arrepia desta vez.

- Apreciando a companhia de minha bela esposa. - devolvo, noutro sussurro. - Você está linda, Amélie.

Silêncio é sua resposta, e ela me aperta, recostando a cabeça em meus ombros, escondendo o rosto na curva de meu pescoço, sinto algo molhado escorrer por minha pele.

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