Surprises

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"Well, I know it ain't much, but

Here's my love

Hope it's enough

Don't give up"

Empty Pack Of Cigarettes - Joseph Angel

Amélie P.O.V

Ele diz a verdade, não demora muito para que uma cadeira de rodas chegue e eu seja obrigada a me sentar nela, bufando por me sentir inválida com aquilo, parecia exagerado.

Depois de assinar os papéis da alta e desembolsar o necessário para a conta nós seguimos para casa, eu sigo quieta dentro do carro, meus pés estavam levemente inchados e estou exausta. A maldita cadeira de rodas nos acompanhou. No momento em que fiz menção de caminhar até a porta já fui forçada a me sentar, sendo empurrada casa à dentro. Tudo parecia tão mais bonito, poderia ser impressão, mas era o que eu via, e no calor do momento não vi todos que estavam me olhando ansiosos no meio da sala de estar.

- Oi pessoal. – sorrio fraco, acenando de leve. Todos estavam ali. Tommy e a família em um canto, John, Finn e Polly em outro, Arthur e Linda mais à frente com Ada.

Um a um, eles vêm até mim e distribuem abraços e beijos carinhosos, a sala estava recheada de folhes e alguns balões. Um burburinho de conversas começa, sendo matação de saudade de um lado e cochichos vingativos de outro.

Quando todos se vão é hora de descansar enfim. Vou reto para o quarto, me deitando e apreciando essa maravilha chamada relaxar. Parecia que estava voando em uma nuvem macia.

- Vai dormir assim mesmo? - Michael entra no quarto, seguindo para o closet.

- Humm... não sei. - dou de ombros, mexendo preguiçosamente em meu cabelo. 

Eu passei a mão por toda a extensão do fio, como costumava fazer, mas logo ele se mostrou diferente, curto, desajeitado. Minha expressão muda e se torna nublada, eu continuo a realizar aquele mesmo gesto repetidas vezes, sentindo vontade de chorar cada vez mais e mais. 

- Posso chamar o cabeleireiro para vir até aqui amanhã. - diz ele, tocando em minhas mãos e interrompendo o gesto melancólico que eu insistia em repetir de forma involuntária. - Podemos mudar o visual juntos, meu cabelo anda grande demais.

Olho-o, magoada.

Não queria cortar o cabelo, eu queria meus enormes fios ruivos de volta, mas agora não tinha o que fazer. Ele estava destruído. Eu me mantenho em silêncio, respirando fundo e tentando retornar ao ar brincalhão de momentos antes.

- Você bem que poderia colocar uma camisola em mim. - desconverso, me atravessando na cama e apoiando a cabeça na mão.

- Eu poderia? - ele foi para a porta do closet agora, de braços cruzados.

- Você não vai fazer esse favorzinho pra mãe do seu filho? - suspiro dramática.

Michael rola os olhos, voltando lá pra dentro. Dois segundos depois, está com uma camisola bege.

- Essa não, é feia. - fecho a cara.

Mais uma vez, agora com uma azul.

- Não estou com vontade de vestir azul hoje, talvez preta. - deito de barriga pra cima, fitando o teto.

- É a ultima vez. - ameaça, vindo com a camisola preta.

Concordo, satisfeita ao vê-la em sua mão.

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