¨And you better stay clever if you wanna survive¨
Monsters - Ruelle
Gina P.O.V
Aquela criança insuportável.
Eu a odeio.
E nem meu filho é.
Michael meteu na cabeça que quer para si o filho que teve com a ex-mulher, atormentando-me até concordar em ir com ele. Nós já estamos com esse garoto tem uma semana, e ele me deixa completamente maluca.
Chora, grita, faz birra. Não come nada, cospe o que tento forçar a comer e para completar, a cereja do bolo, agora está de cama, com o doutor aos seus pés. Coitadinho do pequeno diabinho.
Cruzo os braços e rolo os olhos, tudo pelas costas do doutor.
- Ele vai ficar melhor se começar a se alimentar corretamente. - diz, se levantando. - Por via das dúvidas, dê estas vitaminas.
Pego a receita e sorrio, levando-o até a porta. No instante que ele se vai eu amasso o papel, jogando-o na lixeira.
- Escuta aqui garotinho. - pego em seus braços, apertando de leve. - Você vai começar a comer e a se comportar, ou eu irei educar você como sua mãe deveria ter feito.
Ele começa a chorar, me fazendo soltá-lo em um tranco.
Saio batendo a porta, indo fumar um cigarro na varanda do hotel. Estava exausta desse lugar, queria uma casa. Quando me casei com Michael jamais pensei que ele seria tão rico, e agora nem louca irei deixá-lo. Essa criança vai aprender a me respeitar ou a me temer, de preferência que sumisse de minha vida para que meu filho pudesse herdar toda essa fortuna.
Quando Michael chega, mal me olha, indo em direção ao quarto do ranhento.
Vejo-o pela fresta da porta, tocando o cabelo do filho. Ele sussurra coisas para o garoto, inaudíveis, e a criança volta a chorar novamente, chamando pela mãe. Ouço-o suspirar, se sentando pesadamente na beirada da cama.
Michael então retira o paletó e a gravata, pegando o menino no colo.
Dançando com o garoto pelo quarto e contando histórias sobre uma princesa em um baile real, como ela e o príncipe se conheceram e dançaram pelo salão, ele ri, dando uma leve beijoca em sua bochecha, e pela primeira vez em uma semana aquela criança infernal sorri de volta e lhe devolve o beijo.
Eu o odeio por tratá-lo assim, me ignorando completamente.
- Estou com fome. - me recosto na porta, rangendo os dentes. - Meu bebê e eu te esperamos o dia todo.
- Michael Jr. comeu algo? - questiona, acariciando as costas do moleque, ignorando completamente o que eu lhe disse. - Você comeu algo filho? - dessa vez a pergunta foi diretamente para ele.
O garoto nega com a cabeça, o que faz Michael instantaneamente me mirar.
- Ele não quis. - dou de ombros, saindo pelo quarto.
Aquela criança iria me atrapalhar em meus planos, tenho certeza.
Mais tarde, saímos para jantar no restaurante do hotel, sentados os três a mesa com um candelabro no meio. As velas produziam uma sombra bruxuleante que acentuava a semelhança dos dois, sem dúvida são pai e filho. Mas tem mais, ele tem algumas poucas sardas da mãe, e a boca levemente parecida, seus olhos eram a mistura perfeita de mãe e pai, o que me fez queimar de ódio.
Garoto maldito, pedra no meu sapato.
Tudo que Michael lhe oferece ele come, acariciando suas mãos e rosto de vez em quando, até mesmo se arriscando com a colher e brincando com a sopa.
- Viu só como ele come? - acusa Michael, de sobrancelha arqueada.
- Pois não quis antes. - rebato, dando de ombros.
- Gina, veja bem... - ele se inclina na mesa, o semblante tão sério quanto jamais vi, nem mesmo quando éramos só nós dois. - Se eu descobrir que você está maltratando meu filho, eu mato você.
Prendo a respiração, trancando meu olhar no seu.
O garfo em pleno ar, paralisado.
- Está ameaçando a mãe do seu filho Michael?
Ele nada responde, apenas se levanta e pega o garoto.
- Ameaças são possibilidades. - sussurra ele em meu ouvido. - O que eu te disse é uma certeza.
Com o coração disparado, sentindo-o na boca, não me atrevo a comer novamente enquanto ele não saíra.
- Você ainda vai me conhecer de verdade Gina. - ouço-o, agora distante.
Olhando ao redor, percebo que ninguém sequer ligou por suas ameaças em alto e bom tom, as pessoas simplesmente me fizeram de invisível, e por um segundo, senti medo da pessoa que Michael poderia realmente ser.
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Forced Marriage ✔️
RomanceRomance, tragédia e vingança. Essa é a vida de Amélie hoje. No final, as coisas sempre fogem do controle de quem mais o deseja ter. Peaky Blinders e seus personagens não me pertence, porém a ideia e todos os personagens originais sim. - Iniciada no...