Hold me

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"And every time you walk out, the less I love you

Baby, we don't stand a chance, it's sad but it's true"

Too Good At Goodbyes - Sam Smith

Amélie P.O.V

Sim, talvez ter tido aquelas coisas pro Michael não fosse necessário, mas sinto que cada dia que passo ao seu lado contribui para alimentar as ilusões de terminar ao seu lado. 

Ele me fez provar das minhas próprias palavras quando me possuiu no carro sem pudor, e depois taxou aquilo como não passional de forma provocativa. 

Quando chegamos na companhia, vou reto até John, precisava conversar com ele. Um sentimento terrível de culpa me abateu ao vê-lo, a expressão perdida em seu olhar era melancólica.

Toco em seu braço, chamando sua atenção, seus olhos estão perdidos.

- Oi.

Ele nem sequer me responde.

- Será que podemos conversar? - peço.

- Conversar sobre? - finalmente se vira para mim, arqueando a sobrancelha.

- Ontem.

Ele rola o palito pra outro lado dentro da boca, concordando. Seguimos para sua sala, apenas nós. Entro e me sento no sofá, batendo com a mão para que viesse ao meu lado.

- Escuta, eu não sabia de tudo até ontem. Recebi a informação sobre Esme durante o baile. -inicio, com a voz mansa. - Quero que saiba que jamais mentiria pra você, ela não te merecia John. Você é de longe o cara mais incrível que eu já conheci. - dou um meio sorriso, tocando em braço.

- Obrigado Amélie, de verdade. - funga, me abraçando. - Eu acredito em você.

Aquele nosso abraço dura uma eternidade, e não consigo controlar o afagar suas costas e cabelo, buscando apartar o máximo possível de sua dor.

- Estou aqui, pra qualquer coisa que precisar, sabe que pode contar comigo. - gesticulo, tentando animá-lo. - Nem que tenha que te levar à um cabaré e depois te levantar caído de bêbado na latrina.

John gargalha, que risada maravilhosa. Pela primeira vez noto melhor John Shelby, com sua pele alva e olhos maravilhosos, lábios cheios e face forte. 

Mordo os lábios, sem dúvida ele era lindo.

- Ouvi dizer que você e o Michael vão pra dois lados diferentes quando tudo acabar. - comenta ao mudar de assunto, pegando um cigarro.

- Sim. - é tudo que consigo dizer, coçando minha clavícula.

- Por quê? 

- Nós nunca vamos dar certo. - dou de ombros. - É só um acordo, quando acabar não tem motivo pra ficar. - sorrio, olhando em direção à janela.

- Besteira. - bufa.

- Besteira?

- E se você estiver esperando um filho dele sem saber, já pensou nisso? - ele supõe, me estressando brevemente.

- Não estou grávida.

- Como sabe que não? - devolve com um maldito sorriso de canto.

Milhões de coisas começam a passar em minha cabeça, quando foi a última vez que minhas regras vieram? Antes do casamento? Nós definitivamente transamos depois disso. Sinto a palma das mãos suarem e engulo em seco. 

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