Stop

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"Friends can break your heart too

And I'm always tired but never of you"

i hate u, i love u - gnash ft. Olivia O'Brien 

Michael P.O.V

Quando a reunião acabou, levantei e fui em direção à porta, mas Finn me cutucou e sinalizou Tommy, que me chamava para sentar à sua frente. Esperei que a porta se fechasse e recostei na poltrona, acendendo um cigarro.

- O que aconteceu? - franze o cenho.

- Nada.

- Michael, você não prestou atenção em nada que foi dito. - aponta. - Claramente tem algo errado.

Trago e expulso a fumaça, rodando o cigarro entre os dedos.

- É que ontem uma garota me beijou enquanto eu estava bêbado. - confesso, deixando a culpa esmagadora terminar o seu trabalho. - E eu a beijei de volta.

Tommy não fala nada, apenas sinaliza para que continue.

- A Amélie sabe. - ele fecha os olhos, suspirando. - Depois que voltei ao meu juízo, a afastei, mas seu batom me marcou, cheguei em casa e óbvio que a Amélie as viu.

- O que ela disse?

- Nada.

Ele volta o olhar pela janela.

- Isso é mau.

- Ela quer o divórcio mesmo. Depois que tudo acabar, ela quer se divorciar. Ser feliz, filhos, amor, essas coisas. - gesticulo, desanimado.

Avalio uma expressão divertida nele.

- E você não quer o divórcio? - arqueia as sobrancelhas.

- Não sei, acho que não. - franzo o cenho, ponderando. - Mas também não sei o motivo de não querer. - soo desanimado. - Era difícil me imaginar com uma mulher, casamento, mas agora fica difícil me imaginar sem ela, parece que esteve sempre aqui. Simplesmente não sei o que dizer Tommy.

- Ah meu velho, o nome disso é paixão. - ri. - Quando conheci a Grace foi como se todas as outras mulheres jamais existissem, e mesmo depois do que houve, ainda sim continuei louco por ela, tanto que casamos e temos um filho. 

Fico confuso, não é a mesma coisa.

 - Eu sei que não é a mesma coisa, mas o que você sente sim, faz dois meses desde o casamento, é natural nos sentirmos atraídos pela pessoa com quem estamos dividindo a vida. Primeiro a atração, depois ação, ai vem o ciúme, e o resto... o resto é você - frisa ele, apontando pra mim. - Quem decide.

Concordo com a cabeça, me levantando e indo para o quarto, queria vê-la, me explicar.

Caminho ansioso, cutucando os cantos das unhas e até mesmo roendo uma ou outra. Entro no quarto e o encontro arrumado, ela estava dormindo ainda quando fui para o escritório de Tommy, então ouço o barulho de água, estava no banho.

Toco de leve três vezes a porta, ouvindo uma resposta.

- Quem é?

Exito.

- Sou eu.

O silêncio interminável me obriga a tomar uma atitude. Abro a porta com vagarosidade, observando a bela mulher coberta de espuma na banheira, o sol iluminava gloriosamente seus cabelos avermelhados, sardinhas aqui e ali que passariam despercebidas se não fossem muito observadas e os olhos verdes reluziam como jóias, a água pingando de seu rosto a deixava divinamente bela.

Mas havia um olhar e sem expressão.

- Posso entrar? - indico a banheira. 

Ela dá de ombros.

Tranco a porta e tiro as roupas, entrando no lado oposto da banheira. Amélie voltou a olhar pela grande janela de vidro que cobria quase por completo a parede.

- Não é o que você pensa... - começo.

Recebo um olhar desinteressado como resposta.

- Acho que começar mentindo não é uma boa estratégia. Você logo será solteiro outra vez, e vai poder ter sua vida de volta. - responde, batendo de leve em uma montanha de espuma, espalhando-a. - Só queria que tivesse esperado, eu nunca faria isso com você.

Abaixo o olhar.

- Sim, fiquei bêbado, sim uma garota me beijou, mas, Amélie, não sei bem o que queremos um do outro, e isso me deixa louco. - dou de ombros, me encolhendo.

- Então é culpa minha? - solta um arfar em tom de deboche, gargalhando em seguida. - Você é mesmo patético Michael.

Bufo.

- Que merda, isso é ridículo. Quando foi que menti pra você? Nunca! Estou aqui e agora te falando a verdade.

- Você literalmente acabou de entrar por aquela porta e mentir! E eu sei que no começo do nosso casamento você saiu com Isaiah e ficou com uma garota, mas John te parou e mandou pra casa.

Fico mudo, era verdade.

- Como? - é tudo que sai da minha boca.

- Não importa. O que interessa é que eu me esforço todos os dias pra gente no mínimo conviver como dois seres civilizados, mas você, Michael, você me traiu não uma, mas duas vezes. - sua voz se eleva, carregada de fúria. - Traiu nosso compromisso, o juramento que fizemos perante Deus. Você acabou comigo de tantas maneiras. - sussurra o fim, colocando as mãos cruzadas rente ao coração, e seu olhar afiado como uma espada perfura meu coração.

- Foi por raiva, não teve à ver com você, nós nem havíamos trocado duas palavras. - tento justificar, acovardado.

- Mas eu te respeitei. - corta ela. - Nunca cedi aos elogios e graças de outros homens. Fui fiel por quê foi o que prometi. Eu queria te dar meu coração pois achei que você ia cuidar dele, mas tudo que fez foi acabar me machucando ainda mais.

- E-eu, sinto muito. - avanço na água, ficando na metade da banheira e colocando suas pernas envolta de meu corpo, pegando em sua mão. - Por favor, me perdoe.

- Queria nunca ter te conhecido. 

Amélie sai da banheira, se enrolando em uma toalha e indo para o quarto, tudo que consigo fazer é fechar os olhos e acender um cigarro, estava com uma dor de cabeça terrível.

O homem que mata e nunca pede perdão se vê derrotado por uma mulher a qual nem sequer o deseja.

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