Hear me

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¨I choose how I sin
I've got a distant memory of previous lives¨

Don't tell me - Ruel

Michael P.O.V

Chegando na companhia cedo, vejo Amélie sentada em sua mesa. 

O vitral da porta, onde antes estava o meu nome também, havia sido substituído e apenas seu nome era ostentado por ele agora.

Pigarreando, me dirijo até a minha mesa, abrindo a pasta e liberando alguns documentos. Ela sequer ergueu a cabeça para me dirigir um olhar que fosse. 

Parecia cansada.

Seus lindos olhos viraram morada de leves olheiras, deixando-a com semblante de tristeza. A boca não dera sequer um sorriso desde que a vi pela primeira vez, não um genuíno. Eu sabia todos os sorrisos que ela poderia dar, e de longe nenhum deles sequer cruzara seu rosto. Parecia que a mulher feliz que cruzou a porta um dia atrás não existia, que ao me ver ela havia sido completamente sugada para dentro de um abismo.

A boca revelava um leve machucado, motivo de mordidas constantes que ela desferia.

- Podemos conversar? 

Finalmente ela me olha, e embora eu quisesse que fosse com um brilho de esperança, o que ela trazia consigo era ódio. 

Ódio puro, voando como balas em minha direção conforme se levantava e caminhava lentamente com os punhos cerrados, jogando-se na poltrona à minha frente.

- Diga, chefe. - sibila entre dentes.

- Você não me ouviu aquele dia.

Amélie rola os olhos com desdém e um meio sorriso cheio de maldade.

- E eu nem quero te ouvir agora, só estou aqui por que é o meu emprego. - cruzando os braços, consigo ver sua repulsa por mim. 

Eu percebo o brilho de outra aliança em seu dedo, onde costumava ficar a nossa.

Vi que tinha um semblante diferente, mesmo cansada, em muito me lembrava o tempo em que estava grávida, logo no começo de tudo. Mesmo sem saber disso, a pele dele parecia brilhar contra o sol, perfeita.

- Fale logo essa sua história triste, tire do seu peito mais uma mentira, faça com que eu quase acredite. Só não espere que eu vá te perdoar Michael.

Levantando-se e vindo até mim, ela se senta no meu joelho, alisando o terno e a gravata. Seus dedos tocaram meu rosto e imediatamente meu peito explodiu de saudade.

- Você é um mentiroso, acha que tudo e todos devem cair aos seus pés. - sussurra suavemente em minha orelha, como se o que acabou de dizer fosse uma jura de amor. - Eu quero você bem longe de mim, vá cuidar da sua nova família.

Ao sair do meu colo, ambos estamos com carrancas.

A encaro com olhos afiados, tamborilando os dedos na mesa na tentativa de dispersar a impaciência. 

- A Gina é minha esposa agora. Assine isso. - jogo papéis de divórcio sobre a mesa. Era mais uma cartada para vê-la se abalar caso não quisesse me ouvir, mas o feitiço virou contra o feiticeiro, e ela assinou tudo sem pestanejar, me deixando sem ação. - Eu quero a guarda do garoto.

Ela, que antes estava no meio do trajeto até sua mesa, estagnou no ar. 

Foi como um toureiro balançar uma enorme bandeira vermelha em frente ao touro mais furioso do festival.

Sua cabeça se virou com calma, e o olhar mais medonho que já a vi dar em minha vida estava estampado em seu rosto.

- Se você chegar perto do meu filho eu mato você.

Antes que eu pudesse reagir, Amélie pega tudo que vê pela frente e joga em mim. Eram papéis, objetos de escritório, abajures. Tudo. No fim sua bolsa é o que vem de encontro ao meu corpo, seguido de tapas.

Cansado daquilo me ergo em um rompante, agarrando seus pulsos e afastando-a de mim.

- Está maluca?! - berro, chacoalhando-a. - Não se esqueça de quem eu sou.

Eu a empurro, lhe desferindo um tapa sonoro no rosto, vendo-a cair no chão.

Um som estrondoso acontece. John, Arthur e Finn estavam ali agora, perplexos com a situação. Amélie segurava o rosto com uma mão e se apoiava na outra, os olhos vermelhos vertendo lágrimas e a marca da minha mão estampada em alto relevo em sua bochecha.

- O que está acontecendo? - questiona John, olhando-a com... amor? Preocupação? Carinho? 

Tenho certeza que bufo como um touro. 

- O que você fez Michael? - Arthur fala, vindo até mim e me empurrando contra a parede. - Ficou maluco porra?

Me sinto ofendido e traído. 

Ele era minha família, não família dela.

- Ele quer meu filho.

Agarrando o braço de John em tom de súplica enquanto ficava de pé novamente, todos os rapazes me olham com asco. 

Não teve nenhum que saiu em minha defesa, todos eles apenas repudiam em silêncio as minhas ações.

- Vai pra casa Amélie, por favor. - decreta Arthur. - Liga pro Solomons vir te buscar, a gente vai conversar mais tarde.

Vendo-a sair pela porta, cruzo os braços em sinal de afronte à eles. Quem porra estavam pensando que eram para mandar a minha mulher ir embora? 

Quer dizer, ex-mulher...

Quanto mais próximo de mim a quero, mais distante ela vai. Piscando, uma memória vem como um soco, somos nós rindo e correndo na praia, o vento e os pássaros. Tudo era tão lindo. Seus cabelos voam ao redor de seu rosto e o sorriso ia de orelha a orelha. Quando paramos para tomar fôlego, sentamos diante um do outro, o pôr-do-sol enquadrando tudo aquilo. 

¨ - Eu amo você pra sempre Michael. ¨

Jogo uma mão em meu rosto e a outra de encontro a mesa atrás de mim, em uma tentativa miserável de me segurar. Arthur e Finn chegam até mim quando já estou no chão, atordoado pelo emaranhado de emoções. Puxo o lixeiro rapidamente, vomitando em seguida.

Logo Tommy e Polly estão também ao meu redor, e eu os afasto, conseguindo me colocar novamente de pé.

- Não foi nada. - digo, gesticulando para que saíssem da frente da jarra de água.

Passos estrondosos e furiosos são ouvidos pelo corredor, dando espaço para Alfie Solomons na sala.

- Fique bem longe da minha família seu miserável.

Em mãos, ele carregava uma arma.

Oii webamoresssss!! Tudo bem com vocês?!

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Oii webamoresssss!! Tudo bem com vocês?!

Como estamos nessa reta final? O que acham que irá acontecer? Quem ficará com o coração da mocinha?!

Aproveitando o recado, que tal passarem no meu perfil pra conferir Para sempre Sarah? É uma história completa, tem um pedacinho de mim lá <3.

Webeijos para todos.

:*

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