You

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"Foolish, feebleminded, wrong and senseless

Right rod off long ago."

Avenue - Agnes Obel

Michael P.O.V

- Você o quê? - minha voz sai esganiçada.

- Estou grávida... 

Ficamos alguns segundos em silêncio, a ideia parece boa mas ruim ao mesmo tempo, não sei por qual razão mas começo a ficar eufórico.

- Por quê não me contou aquele dia, na festa do Charles?

- Acho que tem tanta coisa acontecendo Michael... Será que é a hora certa para ter filhos? 

- Tudo que importa agora para mim são vocês. - termino o cigarro, desviando o olhar.

Apesar da notícia ainda tem algo que queima em minha boca.

- Você já havia ficado com o John antes? - me obrigo pedir, mesmo com medo da resposta.

Para meu alívio, sua cabeça nega, me permitindo suspirar de alívio.

- E você tem sentimentos por ele?

- Somos só amigos.

Não consigo deixar de soltar um som de desagrado, mesmo que de forma involuntária.

- Amigos que trocam beijos parecem bastante íntimos para mim. - não é que eu queira estragar todo o momento ou provocá-la.

Sei que o meu direito de dar lição em alguém está provavelmente perto do zero, mas o fato é que: John é meu primo.

- Preciso saber se você quer mesmo ficar comigo, por que se não quiser, acho que não posso mais fazer nada para te impedir de ir.

Ela nada responde, apenas deita na cama e se cobre, parecia exausta demais para continuar com minha caça às bruxas por hoje.

E não posso culpá-la. 

Todas as coisas que me aconteceram são fruto do que eu mesmo plantei. Porém verdade seja dita, mesmo nesse curto período de tempo, fico imaginando como seria meu filho ou filha, será que seria parecido comigo? Teria mãozinhas pequenas e suaves com todos os dedinhos perfeitos?

Sabe, imaginar um bebê é difícil quando nunca se cogitou a possibilidade de ter um, Charlotte ficou grávida mas o tirou, não sinto nada em relação à isso. Mas confesso que me afeta o pensamento de que poderia acontecer o mesmo agora, é uma ideia que acabou de ser implantada em mim mas que pareceu morar durante toda a vida. Ah, estou louco pra ver sua barriga crescer, tocar nela, sentir o bebê cutucar, sei que sou um pouco paranoico, mas agora qualquer coisa me faz instintivamente pensar na segurança da minha família.

No dia seguinte, os rapazes vem até aqui para discutir sobre o tiroteio. A conclusão que chegamos foi a de quê Pierre cansou de bancar o bonzinho após o baile, onde claramente sabia sobre nossos planos graças à Isaiah.

- John, você vai posicionar os explosivos na casa de Kimber hoje. - Tommy começa, acendendo um cigarro.

- Pera aí, não era o Finn e o Arthur que iam fazer isso? - questiona John.

- Era, mas decidi que você é o melhor pra isso, sabe como armar direitinho, Arthur vai com você apenas pra distrair o guarda que está na ronda em frente à casa. - aponta, cutucando um resto de comida no prato.

Parecia que éramos de ferro. 

Mesmo após um massacre, aqui estávamos como se nada tivesse acontecido, comendo e bebendo, conversando sobre mais matança.

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