A desire kiss

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¨How unfair it's just our luck

Found something real

That's out of touch¨

Not about Angels - Birdy

Amélie P.O.V

Polly passa suas mãos em minhas costas, tentando acalmar o vômito que continuava vertendo sem permissão. 

Ali sentada, no meio da sala do necrotério, tem algo revirando meus pensamentos, e um sentimento desconhecido morando em mim.

Tempo depois, finalmente consegui superar o enjoo e levantar, passando um lenço oferecido pelo oficial para secar o líquido que escorria do nariz e cantos da boca, agradecendo em silêncio.

- Não é ele, não é. - nego, saindo da sala em tropeços.

Dentro do carro, absurdamente paralisada pela situação, Polly me pede pra onde, e a resposta é automática.

- Pro bar.

- É, acho que merecemos um drink. - me olha de rabo de olho, expirando. - Ou dez.

Bebemos sem parar no Garrison, seguras pelos homens dos Peaky Blinders.

Não conversávamos com palavras, apenas com olhares. Era um copo atrás do outro, e Arthur nos servia, sem questionar. Horas depois estamos dançando sozinhas ao som da cantora que parecia traduzir o que sentíamos, na sala onde os rapazes faziam seus negócios, sem termos medo de perturbação alheia.

Arthur aparece na sala, tossindo levemente, Polly e eu paramos, porém ao nos olharmos, começamos a rir desenfreadamente.

- Querida, acho que vou indo, o Arthur me leva né? - diz ela, apertando as bochechas dele.

- Claro tia, vem.

Aos tropeços, Polly sai da sala e vou para uma mesa quase em frente ao palco, com o garçom servindo mais uma dose, e remexo o copo de um lado para o outro, longe dali.

- Ora, ora. - uma voz conhecida desponta. - Quem vemos aqui.

Me viro e encaro Alfie Solomons, com um copo em mãos e prestes à se sentar comigo.

- Oi pra você também Alfie. - levanto o meu, brindando.

Calados, bebemos. E depois de mais um tempo, trocamos palavras bêbadas e idiotas sobre qualquer coisa que nos vem à mente.

- E ai, você não vai acreditar! - exclama ele, passando a mão pelos cabelos, animado, estou focada em sua história, rindo sem parar. - Ela pulou da cama e disse: ¨se você não vai fazer, tem quem faça!¨, e foi embora! Assim, do nada, só por quê eu quis esperar! - sua expressão era incrédula e divertida. - No fim da noite, quando fui para o bar, ela estava com um cara no fundo do beco mesmo, foi foda.

Gargalho, sem nem recordar como era o começo da história. Acho que era sobre como ele foi rejeitado por ser cavalheiro pela primeira garota com quem quis dormir.

Aos poucos o sorriso morre, e voltamos a nos encarar, e sou forçada a baixar o olhar, triste.

- O que aconteceu? - pergunta Alfie, sério, mas suave. - Pode conversar sobre isso comigo se quiser.

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