Feels for you

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"A chance encounter of circumstance"

Like i Can - Sam Smith

John Shelby P.O.V

Sábado finalmente chegou, e com ele a festa de família na casa nova de Amélie e Michael.

Parado de frente ao espelho, aliso meu terno dez vezes, o cabelo umas mil, segurando algumas flores desajeitadamente, as quais daria para eles, sabia que minha porquinha gostava delas.

A verdade é que, quando vi Amélie pela primeira vez, realmente quis que fosse minha, é um desejo do qual não me orgulho. Deus, quantas vezes me controlei perto dela, seu cheiro me deixava louco, o cabelo ruivo cheio de vida e olhos brilhantes como esmeraldas, me hipnotizando a cada movimento que fazia.

Eu não me orgulho de sentir atração por ela, e tento reprimir isso ao máximo.

Quando Michael estava decidido em se separar, confesso que houve uma fagulha de esperança, que teria eu uma chance, Esme me magoou muito e isso pode ter contribuído para a enorme bola de neve sentimental dentro de mim. No dia da inauguração e quando a busquei no salão, foi como se fôssemos realmente um casal.

Jamais vou me esquecer do doce toque dos seus lábios nos meus.

Mas a descoberta de Michael sobre o bebê apenas me fez cair na realidade, Amélie nunca seria minha, eu precisava seguir em frente.

Conheci através dela Orianna, uma garota desbocada e cheia de atitude, mesmo sendo uma verdadeira dama, que não respeita ninguém que não a trate como igual. Isso despertou no meu peito o interesse, que brotou e está florescendo.

Nós dormimos juntos uma vez, saímos outras poucas, e ela estará na festa hoje, quero realmente saber o que essa mulher tem pra mim, e pode ser que até a peça em casamento um dia.

Isso vai me ajudar a seguir em frente.

A buzina soa alta do lado de fora de minha casa, anunciando que tia Polly e Ada haviam chegado. Desço e vou até elas, entrando no carro e rumando para a festa.

Fico surpreso quando reconheço o caminho, era o mesmo bairro de Tommy, só as famílias perfeitas. O caminho era razoavelmente longo, mas ao passarmos pelos portões imponentes de ferro negro, vagando por um terreno verde, arborizado, florido, fico boquiaberto, e chegando até uma enorme casa com um lado em sua parte frontal, era majestosa, assim como a mulher que vivia ali.

Já há música tocando pelo lugar, uma banda animada, balões para os pequenos, uma mesa recheada de comida, bebida, e várias pessoas, apenas os mais próximos e confiáveis. Sorri cumprimentando todos, um a um, acendendo um cigarro e me servindo de um bom e velho Whisky irlandês, começando a conversar com Arthur e Tommy.

Depois de um tempo, vejo Amélie vindo em minha direção, e a cumprimento, animado.

- Bela casa, bom pro bebê.

- Obrigada John, fico feliz que tenha vindo, é muito importante pra mim.

Concordo, mascando um palito de dente no canto da boca, o cigarro já havia se apagado faz tempo. Olho-a bem, um aperto no peito se formando. A forma como o sol ilumina seu rosto me faz querê-la com tanta intensidade que até me assusto, eu jamais havia me sentido assim.

Mas é errado, preciso esconder.

- Ah, Orianna chegou, vou dizer que está aqui!

Acompanho com o olhar e sobrancelha arqueada, sem ter chance de responder, enquanto ambas vem até mim.

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