We are all tired, one way or another

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¨Stitch by stitch I tear apart

If brokenness is a form of art

I must be a poster child prodigy¨

Neptune - Sleeping At Last


Amélie P.O.V

Alfie simplesmente surtou quando contei o que houve, já no carro. 

Ele desceu e marchou descontrolado para dentro do prédio, enfrentando-o com uma arma em punhos.

- Fique longe do nosso filho! - gritou ele, brandindo a pistola de um lado para o outro sob a tensão de todos. - E se encostar mais uma vez na minha esposa eu juro que vou arrancar todos os seus dedos.

- Pare Alfie, por favor! - choramingo, pegando em seu braço. 

Me viro e encaro Michael, suplicante. 

Meu olhos transbordavam novamente, assim como cansaram de fazer no passado. Eu vivia um pesadelo outra vez.

- Por favor não me faça implorar. - digo, ainda tentando aplacar a ira de Alfred.

- Ele não chegará perto dele, ou eu mesmo lhe quebrarei as pernas e todos os dentes da boca. - ameaça Alfie novamente.

Aquela comoção toda por parte de meu marido pareceu atiçar a ira implacável de Michael, eu conhecia seu olhar. 

Cada centímetro de seu corpo se agitava conforme nos via unidos.

Eu sabia que ele nunca ia me deixar ser livre, não depois de vê-lo com aquele olhar. Ele achava que eu pertencia à ele, e ninguém mais poderia me ter.

- Vão todos embora. - decreta Tommy, como o rei de nossa pequena corte. - Conversaremos amanhã sobre o assunto.

- Eu juro Tommy. - branda Alfie, dando de dedos em seu peito. - Não cheguem perto do meu filho.

- É o meu filho! - grita Michael. - Quem fodeu ela até dizer chega, e depois o colocou na barriga foi eu, então com ele eu faço o que bem quiser.

Sem tempo de digerir a situação, todos piscamos e no segundo seguinte Alfred e Michael se rolavam no chão, trocando socos violentos.

- Respeita a porra da minha mulher. - Alfie diz, entredentes, apertando o pescoço de Michael com força enquanto estava por cima dele.

Os rapazes separam-os, fazendo surgir uma figura furiosa por entre eles. 

A sombra dele correu para fora do prédio. Lá no fundo eu senti aquela velha sensação novamente, o coração apertado, espremido no peito, tão forte que quase me esqueci de como era respirar.

Mais tarde naquele dia, cuidando dos ferimentos de Alfie, me pego cogitando sobre dá-lo o benefício da dúvida, mas acariciando a barba do homem à minha frente, pisco devagar.

Eu fui para uma consulta particular depois de tudo isso, não estava me sentindo bem. Lá, descobri que esperava outro filho. 

Respiro fundo, esses bebês não podiam vir em épocas melhores? Ambas as gravidezes seriam nos momentos mais difíceis da minha vida, e eu teria que ser forte de novo mesmo sem querer sê-lo.

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