Forced Marriage ✔️

He

¨And now, as tears subside
I find it all so amusing¨

My Way - Frank Sinatra

Amélie P.O.V

Trocando beijos quentes, eu me encontro na cama com Alfred Solomons.

Nós já transamos duas vezes, mas quero mais. Quero seu corpo junto ao meu, seus braços, sua boca, sua barba roçando em meu queixo.

Tem algo diferente nele.

É diferente de estar com Michael. Com Michael era adrenalina, emoção, cada instante nada parecendo-se com o anterior. Alfie é carinhoso, passional, preocupado, os momentos com ele são deliciosos, calmos, intensos.

- Isso foi incrível. - diz ele, caindo de barriga pra cima na cama. - Se eu soubesse que te beijar fosse tão viciantes, nunca tinha trocado aqueles amassos com você no carro.

- Eu nunca beijei você antes. - franzo o cenho, confusa.

Ele me olha.

- Sabia que você não estava me ignorando de propósito. 

- Como assim Alfie?

- Eu e você já nos beijamos uma vez, algum tempo atrás. Bebemos todas e eu te trouxe em casa, aconteceu... e você não se lembra nenhum pouco disso pelo jeito. - responde, como se estivesse aliviado em saber disso.

Gargalho, tocando seu peito.

- É surreal. - observo seu rosto, tocando seus lábios levemente. - Parece que estamos vivendo um sonho.

Alfie é quem ri dessa vez.

- É bem real meu amor.

Ali parados, apenas acariciando um ao outro, me sinto levemente febril. Uma sensação de paixão crescendo no peito.

- Alfie... - sussurro, me remexendo. - Acho que vou me apaixonar por você.

Longos segundos de espera tornam a angústia presente em meu coração. A demora dele para se pronunciar sobre isso me faz sentir estúpida.

É óbvio que eu seria apenas um casinho para ele, nunca assumiria uma viúva com um filho que não era nem mesmo seu.

- Eu me apaixonei por você muito antes disso. - confessa por fim, encarando meus olhos de forma profunda. - É a mulher mais bela em que já tive o prazer de por meus olhos.

Meu coração explode de alegria, se permitindo sentir outra coisa que não tristeza pela primeira vez depois de muito tempo.

- Como isso vai funcionar? - questiono, suspirando.

- Vamos com calma, aos poucos tudo vai se encaixando.

Aquilo parece música aos meus ouvidos. Além de recíproco, ele também tinha interesse em levar nossa relação para o futuro.

Acordar ao seu lado na manhã seguinte foi reconfortante.

Descemos para tomar café, e as criadas apenas serviram, curiosamente caladas com a presença desse estranho. Acredito que o espanto em me ver finalmente seguir em frente se tornou coletivo nessa casa.

Polly e Aberama estavam brincando com Michael Jr. na sala de estar quando Alfie foi até a porta para calçar os sapatos novamente. Seus olhares nos seguiram, surpresos e até mesmo com uma carga de censura.

Eles deviam ter chegado enquanto ainda estávamos dormindo.

Quando ele se vai, caminho até a sala, sorrindo ao ver meu filho.