Forced Marriage ✔️

Lead the way

¨If you love me, with all of your heart.
If you love me, I'll make you a star in my universe.¨

For You - Angus & Julia Stone

Um mês depois

Amélie P.O.V

Eu não soube o que aconteceu ao certo com meus pais depois daquele dia, e nem tive interesse em saber.

Tudo que eu conseguia enxergar era o meu bebê, em como crescia forte e ocupava um espaço cada vez maior em meu coração. Os negócios vão bem, estamos trocando hoje o vitral da porta de nosso escritório, agora ela traz também o meu nome. 

Sentada em minha mesa, o calor é ameno, não chega a ser desagradável, o vestido permitia uma leve ventilação nos países baixos... Trabalho duramente enquanto Michael está na sua pausa, bebo um gole da água que havia no copo ao meu lado e paro para analisar meus pés, ah esse calor tinha um lado negativo também, eles estavam inchados e isso me deixava muito incomodada. 

Devo ter ficado muito tempo absorta em condená-los por seu tamanho, pois olhos para a mesa e me esqueço em que parte do trabalho estou, e a vontade de fazer xixi está absurda, parece que minha bexiga é um amendoim. É, com certeza minha concentração acabou, torço com toda minha força e ser para que ele volte logo, só preciso ir logo ali, rapidinho, no banheiro. 

Me coloco de pé, não aguento mais esperar, acho que vou ter que abandonar o posto, e juro que não demoro, mas claro que sempre algo vai atrapalhar, pois logo que dou o primeiro passo em direção à porta, um homem entra por ela, sem bater, me pegando de surpresa.

- Posso ajudá-lo? 

- Olá, o Michael Gray se encontra? - nem pra se apresentar, rude. 

Era um homem mais velho, cabelos loiro escuro, barba grande, um chapéu esquisito.

- Pode tratar do assunto diretamente comigo, caso queira senhor Solomons. - sorrio azeda, tentando me concentrar em não urinar na sala.

- Eh, é marido e mulher juntinho então. - fala, apertando minha mão. - Acho que nunca nos apresentamos direito, pode me chamar de Alfie, judeu bêbado e ¨padeiro¨. - faz aspas com a mão. - Pode dizer onde posso me sentar, e de preferência um lugar que não tenha responsabilidade pela criação desse bebê aí. - aponta para minha barriga.

- Este é um ambiente sério de trabalho, senhor Solomons, pode se sentar onde quiser. - meneio, levemente divertida, Alfie era desbocado. 

- Sei, conta outra. - se senta pesadamente, tirando o chapéu. - Eu sempre dizia a mesma coisa e acabava fazendo totalmente o contrário. 

- Como sabe que estou grávida? - pergunto, confusa.

- Você tem um barrigão aí garota.

- Não está tão grande assim... - coloco as duas mãos espalmadas encima da barriga, sorrindo.

- Parece um ovo de codorna empalado, você é o palito, ele o ovo, pequeno, mas perceptível.

Contenho uma risadinha, voltando a me sentar, por dois breves segundos, esqueci que precisava ir ao banheiro, mas fiz questão de relembrar.